Categoria: Existencialistas

Existencialistas

  • O Fio da Literatura | Mandrake

    O Fio da Literatura | Mandrake

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    “… Mariza viajou para Europa, onde permaneceu três meses. Quando Voltou, não nos revimos. Helena também não quis mais saber de mim. Pensei em arranja fisioterapeuta homem, mas odeio homem passando a mão em mim. Escolhi uma velhota.
    Recebi um cartão postal envia de Lima, Peru: Estou pertinho, você não quer vir até aqui? K.o Brasil é tão grande, todos os outros países, ficam muito longe do Rio.
    Eu havia ligado para todas as mulheres que me davam prazer. Silvia, a advogada, se casara e disse que não queria enganar o marido. Angélica brigara comigo. Quando eu estava convalescendo ela foi me ver no hospital, o que me deixou feliz. Sentou na minha cama, pegou na minha mão e disse, você me magoou muito, por favor não me procure nunca mais. Para ela, não tive coragem de ligar. Ou seja, estava tudo uma merda, a única boa noticia me foi dada pela minha empregada Vavá, que falou, doutor Mandrake, meu sonho virou realidade, comprei uma casinha no subúrbio, é longe, mas é minha e tem uma horta e um pé de manga, estou muito feliz. Vavá merecia ser feliz, pensei.
    Raul me telefonou. Como vão as coisas? perguntou. Tudo uma merda, a única coisa boa foi que a minha empregada comprou uma casinha com uma horta e um pé de manga, o sonho da vida dela. Ainda bem que tem gente que sonha com pouca coisa, uma casinha com um pé de manga, disse Raul.
    Mandrake
    Rubem Fonseca.

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  • Pérola do Dia | Mestre Bukowski

    Pérola do Dia | Mestre Bukowski

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  • Navalhadas Curtas |  Cuidado com as Pessoas “Boas”

    Navalhadas Curtas | Cuidado com as Pessoas “Boas”

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    O ano de 2020 agoniza, mas não duvide sempre tem surpresas.
    Minha mãe é doente, quando a isso não temos oque possa ser feito, pois ainda não existe cura. Aceito e tentamos fazer o melhor possível.
    Porem eventualmente eu ainda me surpreendo com alguns seres humanos, infelizmente negativamente.
    Estava conduzindo minha mãe para a porta de entrada do elevador, quando percebi que uma vizinha que nunca fala conosco, nunca cumprimenta e raramente esta de cara boa para a vida correu para esperar com a porta aberta. Ela estava ja estava posicionada a porta aguardando para abrir e possivelmente ajudar no processo de caminhada de minha mãe, pensei eu.
    Não duvide: a idade não nos torna melhores pessoas, as doenças não nos fazem mais humanos ou sensíveis e a morte não nos torna santos. Romantizamos demais o drama humano.
    Bem, fiquei feliz com a rara atitude desta senhora idosa com máscara no rosto e com boa vontade de abrir portas.
    Quando estamos entrando pela primeira porta que ela abriu, então como uma metralhadora automática de merda ela começa: Boa tarde, boa tarde…o senhor pode me dizer que doença ela tem para estar assim? Ela ta muito doente heim? Ela precisa de ajuda? Eu conheço alguém de confiança que pode ajudar vocês…e seguiu
    Parei a minha lenta caminhada por um instante e fiquei olhando para a interlocutora nos olhos sem dizer absolutamente nada. Na verdade eu nem sabia o que dizer, apenas indignação pela falta de sensibilidade, noção e claro educação.
    A idade, senilidade pouco quer dizer.
    Depois do breve momento de respiração profunda eu agradeci o gesto educado de abrir as portas e não respondi a nenhuma pergunta a mais.
    Nisso minha mãe me pergunta o que ela havia falado?
    Eu respondo: foi engano…foi engano.
    Fio da Navalha.

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  • Navalhadas Curtas: Convite, Covid e Converte

    Navalhadas Curtas: Convite, Covid e Converte

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    A beleza é uma interpretação de valores estéticos, culturais e a lente que você olha você mesmo.
    Eu minhas filosofias baratas, me agrada e sinto falta do boteco para isso, beber e fazer ilações sem sentido algum, onde geralmente resolvemos o mundo.
    Brinco com minhas ideias e as vezes sorrio sozinho.
    Saindo do trabalho final de tarde e encontro um velho amigo que mesmo de mascara me reconheceu. Nos felicitamos com os cumprimentado de longe… sabem como é só pegamos o que não presta dos outros, uma pena que ética, virtudes e emoções boas não sejam transmitidas por vírus também.
    -Pois é né Fabiano e essa merda de Covid?
    -Olha isso, ela tá fazendo a dela e nós temos que fazer o nosso. “Sabecumé” alguns fazem outros né…
    -Vou te contar isso daí nunca mais vai passar, nunca mais! Esse é o novo normal do mundo!
    Sorri com tranquilidade.
    – Ta rindo de que cara? Isso é sério…
    -Sei que é serio to rindo porque isso não existe. Uma coisa é certa na vida, tudo chega ao fim, um dia vai terminar e vai ter a cura e vacina e a vida seguirá indiferente a nós.
    Então como no limite da paciência o meu amigo de outrora agora muito irritado porque eu preferi esperar o melhor da vida.
    -Tu é um cara que ta fora da realidade tchê!
    Senti que a situação estava estranha, alguma coisa fora do lugar e eu tinha percebido. Creio que as pessoas estão meio fora de si, pensei comigo.
    Sorri amarelo através da máscara e disse: cara se tivéssemos no bar, uma gelada neste calor tudo ia se tornar simples não?
    -Bar? Que isso tá me estranhando eu sou um convertido eu sou cidadão do bem! Não me meto mais com infiéis.
    Fiz silencio e agora eu estava arrumando uma desculpa esfarrapada e rápida para tomar a minha gelada em casa.
    – Cara, feliz natal pra ti e teus familiares, eu lembrei que preciso ir…tenho um compromisso inadiável.
    -Certo vou orar por ti para te encontrares.
    -Obrigado um dia tudo dá certo ou não.
    Fio da Navalha.

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  • O Fio da Literatura  |  Rubem Fonseca

    O Fio da Literatura | Rubem Fonseca

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    Fico na frente da televisão para aumentar o meu ódio.
    Quando minha cólera está diminuindo e eu perco a vontade de cobrar o que me devem eu sento na frente da televisão e em pouco tempo meu ódio volta.
    Quero muito pegar um camarada que faz anúncio de uísque. Ele está vestidinho, bonitinho, todo sanforizado, abraçado com uma loura reluzente, e joga pedrinhas de gelo num copo e sorri com todos os dentes, os dentes dele são certinhos e são verdadeiros, e eu quero pegar ele com a navalha e cortar os dois lados da bochecha até as orelhas, e aqueles dentes branquinhos vão todos ficar de fora num sorriso de caveira vermelha. Agora está ali, sorrindo, e logo beija a loura na boca.
    Não perde por esperar.”
    RUBEM FONSECA

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  • Navalhadas Curtas: O Cheiro da Invisibilidade

    Navalhadas Curtas: O Cheiro da Invisibilidade

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    Por vezes me questiono quanto a minha presença real como um ser táctil!
    Será que existo mesmo? Não, não estou maluco ainda… embora a pandemia esteja trabalhando forte para isso não é?
    Coisas impressionantes acontecem no ramerrão da vida, neste cotidiano avassalador de coisas triviais que se transformam em monstros.
    Explico.
    Fui em uma conhecida farmácia da cidade,aquela que tem aos milhões por ai…né.
    Peguei o medicamento necessário e me dirigi ao caixa rapidamente pois era hora do almoço.
    Então o caixa começa a me atender quando surge uma outra funcionaria excessivamente feliz como um Beethoven insano em sua Nona sinfonia.
    Elas entabulam um diálogo mais ou menos assim:
    -Tu ainda estas ai? Achei que tinhas ido almoçar…
    -Eu almoçar? Imagina guria nem te conto
    -Que foi?
    -Acabei de sair do banheiro agora, gente como pode sair tanta porcaria de dentro da gente né?
    Entrei em stanby, naquele momento a moça do caixa parou o atendimento e a terra parou e eu deixei de existir imediatamente e seguiram:
    – É mesmo?
    -Simmm guria, saiu tanta caca de dentro de mim que eu nem sei onde tava guardado,nossa sabes aquelas coisas desmanchadas? E o cheiro? Credoooo eu nem acredito que aquilo saiu de mim.
    Naturalmente eu o invisível estava já sentindo o cheiro e o gosto da merda desta moça, mas a felicidade dela não se conteve ai:
    – Tu sabes guria que ainda fui olhar bemmm de pertinho pra ver se não tinha algum bixo ali, sabes né? A gente nunca sabe…o que posso dizer que estou podre por dentro.
    Neste interim, por um milagre do divino, ambas me olharam eu estava parado olhado para elas, então um certo constrangimento surgiu, uma dela ficou ruborizada e eu por trás da máscara sorri. E pensei comigo, bom felizmente ainda bem que tinha papel higiênico.
    Paguei o remédio e agora eu vou almoçar.
    Fio da Navalha.

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  • Pérola do Dia  | Marquês de Sade

    Pérola do Dia | Marquês de Sade

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