Categoria: Fio da Poesia

Poética

  • Poesia | A trilha dos animais selvagens

    Poesia | A trilha dos animais selvagens

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]A trilha dos animais selvagens

    A escuridão dos seus olhos,
    a linha perversa do seu rosto
    Armadilha macia
    odorosa
    e armadilha doce
    aos poucos é esquecida

    Trilha Furacão
    com escombros em excesso
    a caminhar através da montanha impenetrável,
    perseguir o caminho dos animais
    até que eu me perca as profundezas
    da solidão
    exausto

    Eu nem sei onde estou
    ou como voltar
    As trilhas são apagadas na mata
    Imensa e surpreendente
    A estranha escuridão dos seus olhos
    A noite cai.

    Pedro Juan Gutierrez

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  • Palavras do Mestre – Bukowski

    Palavras do Mestre – Bukowski

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]

    SEM CHANCE DE AJUDA

    Há um lugar no coração que 
    nunca será preenchido

    um espaço

    e mesmo nos
    melhores momentos
    e
    nos melhores
    tempos

    nos saberemos

    nos saberemos
    mais que
    nunca

    ha um lugar no coração que
    nunca será preenchido

    e

    nos iremos esperar
    e
    esperar

    nesse
    lugar.

    Charles Bukowski
    Obra: Essa Loucura Roubada Que Não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo Amém.

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

  • Todas Mulheres Em Mim Poesia | Claudia

    Todas Mulheres Em Mim Poesia | Claudia

    [vc_row][vc_column][vc_column_text css_animation=”none”]

    Claudia

    Dias atrás Claudia pediu a separação

    E tudo foi tão amigável e limpo

    O amor afina

    O amor acaba

    O amor…

    Como uma goteira que se termina

    Tinha certeza que era o melhor a fazer

    Para ela

    Para o filho

    Para o destino

    Marido deixou para trás os bens adquiridos

    Queria apenas poder ver o filho

    Tudo bem?

    Claudia tranquila

    Claudia certeza

    Claudia seguia

    Mas todas as estradas são impermanentes

    Noites de solidão

    Desagravos e desagrados semeando incertezas

    Um serrote esquecido num canto

    Tempo passando

    Seu ex-marido se refez rápido demais…

    Claudia que estava tão tranquila, não

    Aquela felicidade a incomodava

     

    Claudia sozinha e filho

    Claudia inveja

    Claudia vingança agora

    O céu turvou-se de tempestade

    Cegueira ferina depois

    Indignidade de doentia

    Ela usa o filho agora contra o pai

    Culpando-o de todas a suas dores

    Claudia cava o próprio abismo

    Claudia carinhos de orgulho

    Claudia tornando tudo pior

    Me aproximei de Claudia

    Perguntei: Claudia porquê?

    Ela rosnou para mim

    Seu silencio destilando desespero

    Eu queria que ela se visse

    Mas não aconteceu ainda

    Simplesmente as vezes

    Não há nada que possa fazer.

    O inimigo é tão intimo

    Que não o vemos.

     

    Fio da Navalha

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

  • Fio da Poesia | O rosto

    Fio da Poesia | O rosto

    [vc_row][vc_column][vc_column_text css_animation=”top-to-bottom”]

    O que vi não era um rosto

    O que vi era um rasgo

    Uma alma mastigada

    Cabelos em desalinho

    Vida em desalinho

    Semblante massacrado, como um escravo sem grilhões

    Um beco sem recuo

    Tão livre

    Tão preso

    Tão nada

    Sentado no pé de uma arvore

    A espera de um alivio

    Um segundo…

    Um minuto…

    O que for…

    Tudo nele era um grito que os surdos não ouvem

    Que cegos não veem

    Aquela arvore um altar feito de tragédias

    As rugas deste rosto, eram expressões tecidas de amargura

    De fim da estrada

    De derrota

    Perdição e esperanças que escoam

    E meu coração pesou em mim

    Minha alma não pode voar para além

    Estava ancorado ao desconhecido

    tão perto

    Mas ao que o silencio deste rosto gritou, gritava, grita

    Desespero de abismo

    Lembranças doloridas

    Eu queria saber o porque

    O como aquele homem, chegou naquele estado?

    Você sabe?

    Você sente?

    Que guilhotinas lhe haviam amputando…

    Corpo, alma e espirito

    Que segredos peçonhentos foram desfigurando…assim…

    Como a ferrugem ao ferro

    O câncer a carne

    A dor lhe fez um sulco profundo na testa

    Seus olhos se exprimiam

    Vertendo lagrimas que ele tentava em vão enxugar

    O olhei nos olhos

    Vi que…

    Não era a sua roupa puída, suja e rasgada…

    Não era sujeira do corpo

    Não aos dejetos que ele fez em si mesmo…

    Não as unhas compridas e imundas

    Não era a fome ou sede

    Os pés descalços

    Ou o brilho apagado do seus olhos

    Que segredo havia nele

    E uma vez mais minha alma quis plainar

    Mas eu havia sido atingido

    Pelo silencio…pela lagrima…

    Pelo inevitável

    Por mim…e por você…

    Teu rosto não é só um rosto

    E nem o meu…

    E ali naquele momento algo muito grave aconteceu

    Sem que nenhum de nós tivesse percebido

    Afinal quando percebemos?

    Fio da Navalha

     [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

  • Todas Mulheres em Mim Poesia – Soraia

    Todas Mulheres em Mim Poesia – Soraia

    [vc_row][vc_column][vc_column_text css_animation=”none”]Dentro do Projeto Todas as Mulheres em Mim, vamos expondo uma sequência de poemas de convites que fizemos aos amigos do Fio da Navalha.

    Estes poemas vão nos acompanhar dentro do projeto que está em aberto ainda e teremos muitas outras participações especiais, aguardem por mais.
    Hoje trazemos a poesia: Soraia

    ——————————————
    Soraia

    Ela sempre foi assim
    Havia um traço de algo a ser dito
    Um fiapo solto em suas costuras
    Silencio que abarcava lacunas
    E a voz que não dizia tudo

    Soraia sorri
    Soraia finge
    Soraia desfaz

    Falava de muitas coisas
    Detalhes ínfimos de cotidiano
    Entre as suas pendencias de casa, marido e filhos
    Dizia: reclamam tanto, eu nunca agrado
    Eu não concordava
    Ela seguia uma entrega sem freios
    De um ideal inalcançável

    Soraia guiada pela palavra alheia
    Soraia não interpretava a si
    Soraia gentileza e excessos

    Dias atrás ela me disse que iria mudar tudo
    Seria mais livre, empoderada
    Quebraria as regras
    Isso era o que faltava,
    Sempre faltava algo
    Havia um traço feliz em seu olhar
    Um desejo tão sincero capaz de atravessar distâncias

    Então vi Soraia uma vez mais
    Ela sorria em seu salto alto
    Tive olhar para cima
    Ela estava despida de passado
    As ânsias deitaram-se e sonharam
    E o silencio disse em segundos
    O que anos calaram.

    Fio da Navalha.

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

  • Todas Mulheres em Mim Poesia – Dalila

    Todas Mulheres em Mim Poesia – Dalila

    [vc_row][vc_column][vc_column_text css_animation=”none”]Dentro do Projeto Todas as Mulheres em Mim, vamos expondo uma sequência de poemas de convites que fizemos aos amigos do Fio da Navalha.

    Estes poemas vão nos acompanhar dentro do projeto que está em aberto ainda e teremos muitas outras participações especiais, aguardem por mais.
    Hoje trazemos a poesia: Dalila

     


    Dalila

    É verdade Dalila
    O tempo passou rápido mesmo
    Filhos criados
    Bens conquistados
    Uma certa estabilidade de vida

    Carro na garagem
    Conquistas
    Aposentadoria
    Horários sem regras

    Dalila tempo livre
    Dalila inventando o que fazer
    Dalila medo da morte

    Antes Dalila olhava-se no espelho e gostava
    Sentia-se bonita
    Viçosa
    Quase brilhante
    Mas o tempo que dá sabedoria
    Rouba outras coisas
    Enfraquece ossos
    E torna frágil o que antes era inquebrável

    Dalila idas ao médico
    Dalila comprimidos matinais
    Dalila um pouco de desgaste

    Dias atrás Dalila ficou em silencio me olhando
    Havia algo em seu olhar
    E disse-lhe com carinho:
    -Dalila, o tempo abraça a todos, felizes de nós que recebemos esse abraço

    Ela tímida sorriu
    Agora já podemos olhar as coisas como realmente elas são
    Sem as deformidades do querer incerto
    As emoções batem no ritmo do coração
    E a paz espelha hoje tudo que passou

    Dalila serena
    Dalila um outro tempo
    Dalila netos

    Agora deixei Dalila
    E seu carinho deitou no amanha
    Nas dobras do que se descobre
    Você ainda esta de descobrindo Dalila
    Tua paixão abrirá outras portas

    Fio da Navalha.

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

  • Todas Mulheres em Mim Poesia–Antônia

    Todas Mulheres em Mim Poesia–Antônia

    [vc_row][vc_column][vc_column_text css_animation=”none”]Dentro do Projeto Todas as Mulheres em Mim, vamos expondo uma sequência de poemas de convites que fizemos aos amigos do Fio da Navalha.

    Estes poemas vão nos acompanhar dentro do projeto que está em aberto ainda e teremos muitas outras participações especiais, aguardem por mais.
    Hoje trazemos a poesia: Antônia


    Antônia

    Ela mantinha um olhar distante
    Entre desfiles de lembranças
    As vezes um passado melhor
    Um presente vivo
    Quase feroz

    Antônia para
    Antônia resiste
    Antônia ergue-se

    Seca as lágrimas
    Mas ainda existirão
    Insolências
    Abusos
    Assédios
    Calmos e silenciosos
    Perenes doses de veneno
    Que ela foi acostumando
    Nada é pior que acostumar-se

    Mas que passado é este Antônia?
    Tão bom assim?
    Um passado que aceitava
    Calava
    Não entendias o mal
    E ao sorriso mais passivo
    De um desencanto dourado
    Passado

    Antônia está diferente agora
    Já não se engana tão fácil
    Percebe

    Antônia crescida
    Perdeu aquela inocência
    Antônia plena

    Preço de crescer
    Dor
    Lagrimas
    E não caber mais onde se está
    Afinal asas não devem ficar dobradas
    Antônia?
    Você abriu as tuas asas hoje?
    Sim
    Tenho certeza que sim
    Sorri.

    Fio da Navalha.

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]