Categoria: Olhares do cotidiano

Olhares

  • O Fio da Literatura | Eu Não Sou Cachorro Não | Sobre Odair José

    O Fio da Literatura | Eu Não Sou Cachorro Não | Sobre Odair José

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    “…no ano seguinte, a Philips voltou a enfrentar mais um seria problema com a censura, desta vez, porem em relação ao samba
    Apesar de Você, de Chico Buarque, que num primeiro momento também foi liberado, chegou as paradas de sucesso, sendo depois decretada a sua proibição e consequentemente o recolhimento das lojas.
    Mas o que quer enfatizar aqui é que, embora a memoria produzida sobre aquele período destaque apenas a repressão politica – que no campo da musica popular tem em Apesar de Você um exemplo frequentemente citado – vê-se pelo caso da musica Je t´Aime… Moi nom Plus que a repressão moral atuava com a mesma intensidade.
    No rastro da chamada “defesa da moralidade e dos bons costumes” diversos artistas populares tornaram-se alvos da censura do regime. Como demonstram os episódios que envolveram o cantor Odair José.
    “ O que rolava antigamente na música popular brasileira era o namoro de portão sob a luz do Luar – diz ele eu vim falando de cama, de pílula, de puta, de empregada doméstica, porque essa é a realidade do Brasil. Eu sou um grande cantor da realidade. Eu não sou um cantor de sonhos. Eu sempre digo isto para as pessoas: não ouçam meus discos esperando ouvir sonhos; vocês vão ouvir a realidade. Então foi por isso que eu me tornei um artista polemico e a censura começou a me proibir”.

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  • Pérola do Dia  |  Nelson Rodrigues

    Pérola do Dia | Nelson Rodrigues

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  • Rumo ao centenário do Clube Cultural Fica Ahí Prá Ir Dizendo!

    Rumo ao centenário do Clube Cultural Fica Ahí Prá Ir Dizendo!

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  • Pérola do dia: Insofismável Nelson Rodrigues.

    Pérola do dia: Insofismável Nelson Rodrigues.

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  • Navalhadas Curtas: Pseudo-Atropelamento Reverso

    Navalhadas Curtas: Pseudo-Atropelamento Reverso

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    Me considero um motorista razoável.
    Tento andar dentro das leis, minha natureza é lenta, ando devagar sempre. Na real sou um apreciador da paisagem urbana.
    Não corro.
    Ligo o carro, sintonizo a RadioCom, e vou escorregando suave nas ruas molhadas pela chuva, ta certo as vezes não tão suaves ruas assim !
    Estou indo pelo Juscelino pela direita, então uma senhora vê o carro se aproximando, estou a 47 km, então ela me olha nos átimos de segundos que sugerem o curso, o carro aproxima-se dela, ela ainda está parada aguardando.
    Não havia faixa de segurança no local( a faixa estava a 50 metros a frente) então ela faz o impensável a razão, se atravessa na frente do carro, me forçando uma parada brusca com direito a borracha queimada e carro meio atravessado na rua para que o pior não acontecesse.
    Deu certo, não vinha ninguém atrás de mim e a senhora ficou intacta sem danos.
    Ela seguiu atravessando a rua, como seu nada tivesse acontecido, como nada nesta vida existisse.
    Respiro fundo e de certa forma queria entender o porquê?
    Não tive chance.
    Então ela depois que atravessou, olhou para trás viu o carro ainda meio atravessado, mas ela apenas virou o rosto e seguiu seu caminho em paz.
    Fio da Navalha.

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  • Navalhadas Curtas – Lésbicas e o Vô

    Navalhadas Curtas – Lésbicas e o Vô

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]Realmente não sei estou na hora certa e no lugar errado ou no lugar errado mas na hora certa. Acabo assistindo os atos deploráveis da humanidade. As vezes cansa.

    Fui buscar o almoço no restaurante, macarrão e carne devidamente mascarado.

    Pessoas caminham na rua então notei um casal feminino, vinham de mãos pareciam felizes de longe.Mas talvez não por muito tempo. Um senhor de considerável idade pára no meio do caminho onde as moças estão vindo a calçada.

    Ele baixa a máscara, coloca as mãos na cintura vocifera indignado:

    -Esse mundo de merda ta perdido… tudo isso é uma baixaria mesmo cadê, cadê o diabo da vergonha das pessoas?

    Parei onde eu estava imediatamente.
    Ele parecia que iria agredir as moças fisicamente, punhos cerrados e expressão congesta.
    Elas seguiram vindo conversavam ignorando o fato. Quando estavam bem próximas que se deram conta.

    O senhor no auge da fúria berra para elas:

    -Suas “machorras são a vergonha da família…

    Elas se assustam e imediatamente desviam dele apressando o passo, não dizem nada. Entendi na hora que o conheciam. Este senhor precisava escutar algumas verdades, acho mesmo.

    Eu digo: senhor se acalme…
    Ele me olha e despeja: Que é? Da minha família cuido eu…vá cuidar da sua vida.
    Vira de costas e segue caminhando

    Pensei muitas coisas naquele momento, mas creio que ele não iria entender e eu iria perder meu tempo, era hora do almoço e eu estava com fome.

    Fio da Navalha.

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  • Navalhadas Curtas – Infectando-se de Amor

    Navalhadas Curtas – Infectando-se de Amor

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]A emoção e a sensibilidade tocante nos encontra onde menos se espera.
    Fui buscar comida no horário de meio dia, nestes dias de pandemia forte na cidade.

    Estou paramentado de máscara, álcool, medo e os cambau. Fila respeitando distanciamento social.
    Dentro da lei.

    Então o casal jovem chega à fila, percebe-se que o amor ali ainda tenro como uma flor orvalhada.
    Eles conversam baixinho entre suas máscaras da mesma cor, a fila não anda, eles trocam carinhos e gestos sensíveis e o romance está irresistivelmente no ar.

    Sou um expectador entre outros 13.
    Então eles não se resistem naquele frenesi de momento: começam a se beijar sem tirar as mascaras, com línguas encarceradas umedecendo as proteções pandêmicas.

    A fila anda, estou com fome e era a minha vez.

    Narrei este fato ontem para o Tio Fabio enquanto ele fumava seu cigarro de palha, ele apenas disse:
    -Não há tempo para o amor meu filho.

    Fio da Navalha.

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