Categoria: Textos

  • Navalhadas Curtas: Só um pouco de sexo!

    Navalhadas Curtas: Só um pouco de sexo!

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    A vida é feita de clichês inesperados e muitas vezes mal acabados. Com um pouco de inteligência a consegue rir ou ficamos presos na dimensão das magoas e derrotas.
    Fui ao borracheiro, um pneu maldito insistindo em esvaziar sempre e sempre. Nada demais, pregos parafusos e grampos fazendo seu trabalho.
    Então um outro cliente chega, um senhor por volta dos seus 50 e poucos anos. Mascara e distanciamento ficamos conversando coisas sem importância para lograr o tempo é isso que se faz.
    Borracheiro muito solicito, aliás indico o serviço excelente profissional.
    Então como o clichê que a vida propõe, passa na calçada uma mulher linda que faz parte do seleto tipo padrão ideal físico de mulher que o senso comum adota como ideal: magra, seios fartos, coxas longas, bunda grande, lábios carnudos e longos cabelos até o meio das costas.
    Interrompemos o tema e todos olhamos para ela, realmente bonita.
    Mas eu imaginei que ficaria nisso nenhum comentário e seguiríamos falando banalidades então o outro cliente incontido dispara olhando para mim e o borracheiro com olha satírico: aquilo dali é só filé hein…sem gordura só queria 2 minutos com ela !
    Comecei a rir pelo absurdo contido em uma frase tão curta com uma narrativa confessional de incapacidade sexual, porque 2 minutos né?
    Ironizei – dois minutos tenho “certeza” que ela ficaria super feliz contigo?!
    O borracheiro esperto sorriu entendeu tudo e saiu de perto da conversa. O cliente fico em um silencio ruidoso talvez pensando no que disse e agora me encarava cara feia.
    O borracheiro me chama: seu Luís agora vai parar de vazar.
    Que beleza, vou nessa, o cliente precoce ainda estava bravo que se pode fazer né?
    Eu tenho outros problemas para resolver e com certeza não seria em dois minutos.
    Fio da Navalha.

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  • O Fio da Literatura | Eu não Sou Cachorro Não.

    O Fio da Literatura | Eu não Sou Cachorro Não.

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    Sucesso de norte a sul do pais , patrimônio afetivo de grandes contingentes das camadas populares, esta vertente da nossa canção romântica tem sido sistematicamente esquecida pela historiografia da musica popular brasileira.
    Nas publicações referentes a década de 70, de maneira geral são focalizados nomes como Chico Buarque, Elis Regina, Gilberto Gil, Milton Nascimento, e discos como “Sinal Fechado”, “Falso Brilhante” e “Clube da Esquina”, todos sem duvida representativos , mas que na época eram consumidos por um segmento da sociedade bem restrito de público, localizada na classe média-alta. O que a maioria da população brasileira ouvia eram outras vozes e outros discos.
    A palavra “brega”, usada para definir esta vertente da canção popular, ´só começou a ser utilizada no inicio dos anos 80. Ao longo da década d 70 – período que compreende o universo desta pesquisa – a expressão utilizada é ainda cafona, palavra de origem italiana, cafóne, que significa individuo humilde, vilão, tolo.
    Divulgada no Brasil pelo jornalista e compositor Carlos Imperial, a expressão cafona subsiste hoje como sinônimo de brega, que segundo a Enciclopédia da Musica Brasileira, é um termo utilizada para designar “coisa barata, descuidada e malfeita, que não foge ao uso sem criatividade de clichês musicais e literários.
    Ressalto que sempre eu fizer referencia ao repertorio “cafona” – a palavra aparecerá entre aspas porque contem um juízo de valor impregnado de preconceitos com os quais não compartilho – estarei me referindo aquela vertente da musica popular brasileira consumida pelo publico de baixa renda, pouca escolaridade e habitante dos cortiços urbanos, dos barracos de morro e das casas mais simples dos subúrbios de capitais e das cidades do interior.
    Como definiu o jornalista Dirceu Soares, “subúrbio é um lugar que fica entre a cidade e o campo. Ali mora um tipo de gente que ainda não se sofisticou, mas que também já não é mais matuta. E é esta mistura de culturas que vive a maior parte da população brasileira

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  • O Fio da Literatura | Mandrake

    O Fio da Literatura | Mandrake

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    “… Mariza viajou para Europa, onde permaneceu três meses. Quando Voltou, não nos revimos. Helena também não quis mais saber de mim. Pensei em arranja fisioterapeuta homem, mas odeio homem passando a mão em mim. Escolhi uma velhota.
    Recebi um cartão postal envia de Lima, Peru: Estou pertinho, você não quer vir até aqui? K.o Brasil é tão grande, todos os outros países, ficam muito longe do Rio.
    Eu havia ligado para todas as mulheres que me davam prazer. Silvia, a advogada, se casara e disse que não queria enganar o marido. Angélica brigara comigo. Quando eu estava convalescendo ela foi me ver no hospital, o que me deixou feliz. Sentou na minha cama, pegou na minha mão e disse, você me magoou muito, por favor não me procure nunca mais. Para ela, não tive coragem de ligar. Ou seja, estava tudo uma merda, a única boa noticia me foi dada pela minha empregada Vavá, que falou, doutor Mandrake, meu sonho virou realidade, comprei uma casinha no subúrbio, é longe, mas é minha e tem uma horta e um pé de manga, estou muito feliz. Vavá merecia ser feliz, pensei.
    Raul me telefonou. Como vão as coisas? perguntou. Tudo uma merda, a única coisa boa foi que a minha empregada comprou uma casinha com uma horta e um pé de manga, o sonho da vida dela. Ainda bem que tem gente que sonha com pouca coisa, uma casinha com um pé de manga, disse Raul.
    Mandrake
    Rubem Fonseca.

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  • Rumo ao centenário do Clube Cultural Fica Ahí Prá Ir Dizendo!

    Rumo ao centenário do Clube Cultural Fica Ahí Prá Ir Dizendo!

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  • Pérola do Dia | Mestre Bukowski

    Pérola do Dia | Mestre Bukowski

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  • Navalhadas Curtas |  Cuidado com as Pessoas “Boas”

    Navalhadas Curtas | Cuidado com as Pessoas “Boas”

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    O ano de 2020 agoniza, mas não duvide sempre tem surpresas.
    Minha mãe é doente, quando a isso não temos oque possa ser feito, pois ainda não existe cura. Aceito e tentamos fazer o melhor possível.
    Porem eventualmente eu ainda me surpreendo com alguns seres humanos, infelizmente negativamente.
    Estava conduzindo minha mãe para a porta de entrada do elevador, quando percebi que uma vizinha que nunca fala conosco, nunca cumprimenta e raramente esta de cara boa para a vida correu para esperar com a porta aberta. Ela estava ja estava posicionada a porta aguardando para abrir e possivelmente ajudar no processo de caminhada de minha mãe, pensei eu.
    Não duvide: a idade não nos torna melhores pessoas, as doenças não nos fazem mais humanos ou sensíveis e a morte não nos torna santos. Romantizamos demais o drama humano.
    Bem, fiquei feliz com a rara atitude desta senhora idosa com máscara no rosto e com boa vontade de abrir portas.
    Quando estamos entrando pela primeira porta que ela abriu, então como uma metralhadora automática de merda ela começa: Boa tarde, boa tarde…o senhor pode me dizer que doença ela tem para estar assim? Ela ta muito doente heim? Ela precisa de ajuda? Eu conheço alguém de confiança que pode ajudar vocês…e seguiu
    Parei a minha lenta caminhada por um instante e fiquei olhando para a interlocutora nos olhos sem dizer absolutamente nada. Na verdade eu nem sabia o que dizer, apenas indignação pela falta de sensibilidade, noção e claro educação.
    A idade, senilidade pouco quer dizer.
    Depois do breve momento de respiração profunda eu agradeci o gesto educado de abrir as portas e não respondi a nenhuma pergunta a mais.
    Nisso minha mãe me pergunta o que ela havia falado?
    Eu respondo: foi engano…foi engano.
    Fio da Navalha.

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  • Navalhadas Curtas: Convite, Covid e Converte

    Navalhadas Curtas: Convite, Covid e Converte

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    A beleza é uma interpretação de valores estéticos, culturais e a lente que você olha você mesmo.
    Eu minhas filosofias baratas, me agrada e sinto falta do boteco para isso, beber e fazer ilações sem sentido algum, onde geralmente resolvemos o mundo.
    Brinco com minhas ideias e as vezes sorrio sozinho.
    Saindo do trabalho final de tarde e encontro um velho amigo que mesmo de mascara me reconheceu. Nos felicitamos com os cumprimentado de longe… sabem como é só pegamos o que não presta dos outros, uma pena que ética, virtudes e emoções boas não sejam transmitidas por vírus também.
    -Pois é né Fabiano e essa merda de Covid?
    -Olha isso, ela tá fazendo a dela e nós temos que fazer o nosso. “Sabecumé” alguns fazem outros né…
    -Vou te contar isso daí nunca mais vai passar, nunca mais! Esse é o novo normal do mundo!
    Sorri com tranquilidade.
    – Ta rindo de que cara? Isso é sério…
    -Sei que é serio to rindo porque isso não existe. Uma coisa é certa na vida, tudo chega ao fim, um dia vai terminar e vai ter a cura e vacina e a vida seguirá indiferente a nós.
    Então como no limite da paciência o meu amigo de outrora agora muito irritado porque eu preferi esperar o melhor da vida.
    -Tu é um cara que ta fora da realidade tchê!
    Senti que a situação estava estranha, alguma coisa fora do lugar e eu tinha percebido. Creio que as pessoas estão meio fora de si, pensei comigo.
    Sorri amarelo através da máscara e disse: cara se tivéssemos no bar, uma gelada neste calor tudo ia se tornar simples não?
    -Bar? Que isso tá me estranhando eu sou um convertido eu sou cidadão do bem! Não me meto mais com infiéis.
    Fiz silencio e agora eu estava arrumando uma desculpa esfarrapada e rápida para tomar a minha gelada em casa.
    – Cara, feliz natal pra ti e teus familiares, eu lembrei que preciso ir…tenho um compromisso inadiável.
    -Certo vou orar por ti para te encontrares.
    -Obrigado um dia tudo dá certo ou não.
    Fio da Navalha.

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