Categoria: Textos

  • O Fio da Literatura  |  Rubem Fonseca

    O Fio da Literatura | Rubem Fonseca

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]

    Fico na frente da televisão para aumentar o meu ódio.
    Quando minha cólera está diminuindo e eu perco a vontade de cobrar o que me devem eu sento na frente da televisão e em pouco tempo meu ódio volta.
    Quero muito pegar um camarada que faz anúncio de uísque. Ele está vestidinho, bonitinho, todo sanforizado, abraçado com uma loura reluzente, e joga pedrinhas de gelo num copo e sorri com todos os dentes, os dentes dele são certinhos e são verdadeiros, e eu quero pegar ele com a navalha e cortar os dois lados da bochecha até as orelhas, e aqueles dentes branquinhos vão todos ficar de fora num sorriso de caveira vermelha. Agora está ali, sorrindo, e logo beija a loura na boca.
    Não perde por esperar.”
    RUBEM FONSECA

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

  • Navalhadas Curtas: O Cheiro da Invisibilidade

    Navalhadas Curtas: O Cheiro da Invisibilidade

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]

    Por vezes me questiono quanto a minha presença real como um ser táctil!
    Será que existo mesmo? Não, não estou maluco ainda… embora a pandemia esteja trabalhando forte para isso não é?
    Coisas impressionantes acontecem no ramerrão da vida, neste cotidiano avassalador de coisas triviais que se transformam em monstros.
    Explico.
    Fui em uma conhecida farmácia da cidade,aquela que tem aos milhões por ai…né.
    Peguei o medicamento necessário e me dirigi ao caixa rapidamente pois era hora do almoço.
    Então o caixa começa a me atender quando surge uma outra funcionaria excessivamente feliz como um Beethoven insano em sua Nona sinfonia.
    Elas entabulam um diálogo mais ou menos assim:
    -Tu ainda estas ai? Achei que tinhas ido almoçar…
    -Eu almoçar? Imagina guria nem te conto
    -Que foi?
    -Acabei de sair do banheiro agora, gente como pode sair tanta porcaria de dentro da gente né?
    Entrei em stanby, naquele momento a moça do caixa parou o atendimento e a terra parou e eu deixei de existir imediatamente e seguiram:
    – É mesmo?
    -Simmm guria, saiu tanta caca de dentro de mim que eu nem sei onde tava guardado,nossa sabes aquelas coisas desmanchadas? E o cheiro? Credoooo eu nem acredito que aquilo saiu de mim.
    Naturalmente eu o invisível estava já sentindo o cheiro e o gosto da merda desta moça, mas a felicidade dela não se conteve ai:
    – Tu sabes guria que ainda fui olhar bemmm de pertinho pra ver se não tinha algum bixo ali, sabes né? A gente nunca sabe…o que posso dizer que estou podre por dentro.
    Neste interim, por um milagre do divino, ambas me olharam eu estava parado olhado para elas, então um certo constrangimento surgiu, uma dela ficou ruborizada e eu por trás da máscara sorri. E pensei comigo, bom felizmente ainda bem que tinha papel higiênico.
    Paguei o remédio e agora eu vou almoçar.
    Fio da Navalha.

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

  • Pérola do Dia  | Marquês de Sade

    Pérola do Dia | Marquês de Sade

    [vc_row][vc_column][vc_single_image image=”20800″ img_size=”1280×720″ title=”Pérola do Dia | Marquês de Sade”][/vc_column][/vc_row]

  • Fio da Literatura | Mandrake | Rubem Fonseca

    Fio da Literatura | Mandrake | Rubem Fonseca

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]

    “ E qual é o problema Mandrake? Estou morrendo de saudade , você acha que a gente podia se encontrar? Ai na sua casa? Eu sou um fraco, não consegui dizer não.
    Quando ela chegou, não começamos imediatamente a nos beijar, como fazíamos sempre. Você acha horrível eu ter sugerido um encontro? Meu marido está sepultado há poucos dias e aqui estou eu pronta para ir para a cama com outro homem. Depois de um beijo ardente ela continuou, mas eu te amo, Mandrake, seria hipocrisia esconder os meus sentimentos, que não tem nada de pecaminoso, o amor redime, eu me sinto pura. Eu disse. Mariza você sabe que não tive nada a ver com a morte do teu marido, certamente alguém roubou minha bengala durante a festa que ofereci a condessa.
    Na cama depois deum intervalo, ela perguntou, não deve ter sido fácil a pessoa sair com a sua bengala sem que ninguém percebesse, você não acha? A luz da mesinha de cabeceira estava acesa. Mariza gostava de fazer amor com luz acesa, toda mulher que tem o corpo muito bonito age assim, as outras, as que tem seus pneuzinhos (nenhum problema quanto a isso), gostam da penumbra, quando mais sombra melhor.
    Com a luz refletida no rosto de Mariza pude perceber que ela escondia alguma coisa. Suspeitava de mim?

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

  • Perola do Dia

    Perola do Dia

    [vc_row][vc_column][vc_single_image image=”20788″ img_size=”1280×720″ title=”Perola do Dia”][/vc_column][/vc_row]

  • O Fio da Poesia  |   Paula Taitalbaum

    O Fio da Poesia | Paula Taitalbaum

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]

    Por trás daquela persiana
    Esconde-se um insano
    Insensato
    Mundano
    Com seu modos
    Mudos
    Sujos
    Não Vejo
    Mas percebo
    Que dentro daquela janela
    Mora
    Chora
    Devora
    Uma fantasia
    Um alimento
    Da imaginação
    Que se cria
    Numa tarde de tesão.

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

  • Pérola do Dia | Nelson Rodrigues

    Pérola do Dia | Nelson Rodrigues

    [vc_row][vc_column][vc_single_image image=”20770″ img_size=”1280X720″ title=”Pérola do Dia | Nelson Rodrigues”][/vc_column][/vc_row]