Categoria: Textos

  • Fio da Poesia – Tereza

    Fio da Poesia – Tereza

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    *Tereza

    Hoje Tereza amanheceu lúcida

    Tem dias mais difíceis

    Nunca é fácil aceitar perdas

    Aprisionamos a dor em nós…

    Ela não tem para escapar

    Sua semente atingiu a idade adulta

    E saiu para escola

    E essa foi a última vez que o viu vivo

    Na verdade nunca sabemos quando é esta última vez

    Tereza lucida

    Tereza comprimidos

    Tereza a dor que não passa

    A notícia chegou mais rápido

    Que o tiro que o atingiu

    Tereza era mãe linda

    Fez tudo certo e era justa

    E então porquê?

    No jogo dos bons o mal também existe

    Tereza sem horários

    Tereza dormir, dormir e dormir

    Tereza um buraco que cresce

    Mas isso foi ontem

    Quando ela despertou hoje

    Quis ver o sol

    Não há milagres na dor

    E Tereza diz: ele não morreu, isso, ele não morreu não…

    Tereza se veste, se maquia como a muito tempo não fazia

    Veio falar comigo e disse: Fabiano, ele não morreu…

    Eu olho para Tereza

    Tereza sorri o sorriso dos loucos

    E eu a abraço com ternura

    E de alguma forma celebramos a vida.

    *Extraído da obra futura – Todas As Mulheres Em Mim.

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  • Fio da Poesia-Martim César-Notícia

    Fio da Poesia-Martim César-Notícia

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    Poema Notícia

    Este poema foi pinçado da entrevista que Martim César concedeu ao Fio da Navalha Arte & Comunicação.

    ” Minha forma de rir disto tudo é através da verdade. É a brincadeira mais divertida”.

    Woody Allen

    Apreciem a Notícia.

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  • Pressupostos filosóficos e sociológicos do curta-metragem-“O Fio da Navalha”

    Pressupostos filosóficos e sociológicos do curta-metragem-“O Fio da Navalha”

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    Pressupostos filosóficos e sociológicos do curta-metragem

    “O Fio da Navalha”

    Carla Silva de Avila

    Ao acompanhar o processo de produção do curta-metragem[1] realizado pela produtora de cinema Pelotense Bah Filmes, percebe-se uma série de elementos que permitem pensar diversas questões sociológicas e filosóficas que permeiam a realidade social do homem na modernidade e na pós-modernidade.

    Da modernidade, do homem pós- moderno…

    Parte-se do princípio que a modernidade foi um projeto de organização mundial fundada a partir de uma série de mudanças ocorridas na Europa no início do século XIX e se consolida com o modo de produção capitalista até a atualidade.

    Uma filosofia de vida que é centrada no processo de individualização do ser social, focando-se na predominância das características individuais sobre os aspectos coletivos da sociedade. Além dessa premissa de individualização, o projeto da modernidade ateve-se na incorporação de valores capitalistas que através de diferentes ferramentas, põe em cheque vários valores e pilares que constitui a solidez de uma vida em sociedade, como a amizade, a família, o casamento, a felicidade. É nessa confusão de paradigmas, nessa quebra de valores, nessa enorme confusão entre os valores tradicionais consolidados, e os valores desse projeto, que se percebe a narrativa do personagem do curta.

    Zygmunt Bauman fala que essas transformações sociais, nos levam a viver num estado de ‘modernidade líquida’, ou seja, o que era dado como verdade, se liquefez nesse processo de individualização.

    E é nesse processo de percepção desse real, na busca de uma felicidade que lhe foi imposta como verdade e nas desilusões, que o personagem demonstra enxergar esse real de uma forma nua e crua. Traçando uma série de conflitos internos, percebe que a vida não é como lhe contaram, não foi como lhe prometeram.

    Do pessimismo de Shoppenhauer…

    Outro aspecto apresentado na narrativa do personagem é que após a percepção desses elementos que compões sua realidade o personagem primeiramente cai num pessimismo em relação ao decorrer de sua existência.  Para o filósofo  Arthur Shoppenhauer, o que concebe a vida e os eventos da existência, são expressões diferentes da vontade individual, pois o mundo não passa de uma representação daquilo que chamamos de realidade. Sendo o homem é fruto de seu tempo, aquele que vê o mundo a sua volta como a representação de si mesmo.  Shoppenhauer critica essa obrigação de ser feliz, pois para o autor o SER é a causa primeira do sofrimento, sendo assim a busca pela felicidade será algo falso, ou inalcançável. Outra faceta da existência é vontade como substância e essência do mundo, sendo que o querer e o desejar obrigam os seres humanos a existirem, sendo por fim todos os seres escravos da vontade.

    Do niilismo de Nietzsche …

    Outro fator notado na narrativa do personagem acaba superando o pessimismo de Shoppenhauer, caindo no niilismo de Nietzche. Para o alemão Friedrick Nietzche o termo niilismo se refere ao homem negador de valores, quando o mesmo encontra-se com as contradições da sociedade, e na falsidade contida nos ensinamentos cristãos. Niilismo como fruto de um processo de percepção ampla de uma realidade social que foi construída, causando uma desconfiança de tudo o que lhe rodeia. Niilismo também se apresenta como uma ausência de sentidos, no perceber que qualquer ação poderá ser em vão. Uma segunda etapa do niilismo é quando o homem consegue liberta-se dessas amarras e percebe-se como líder se si mesmo. Por fim passado desses dois estágios o homem percebe o mundo como uma ilusão, podendo ele criar suas seu mundo, ou negá-lo.

    O personagem, a história, o cotidiano…

    Por fim o curta “O Fio da Navalha” nos leva a refletir sobre nosso cotidiano, nossa realidade. Leva-nos a questionar elementos que estruturam nossa vida em sociedade, pondo em cheque valores o quais nos são socialmente impostos, que podem esvaziar o ser humano, que podem desfazer esse ser social. Ainda mais num período onde somos bombardeados por inverdades que nos alienam e nos levam a uma busca do nada e do tudo. Um tudo que pode ser comprado e um nada, que remete a uma completa ilusão.   O curta nos trás um questionamento que poderá levar a uma mudança, a um novo recomeço, até mesmo a  um novo texto. Ou simplesmente ao ponto final, ao término da história, a pura e consciente negação da existência.

     

    Referências:
    Obras consultadas:
    O mundo como vontade e representação. Arthur Shoppenhauer
    Jamais fomos modernos- Bruno Latour
    “O Anticristo”, “Assim Falou Zaratustra”, “O Ecco Homo”, “Para Além do Bem e do Mal” - Friedrick Nietzche
    Modernidade Líquida –  Zigmunt Bauman
    [1] Curta- metragem baseado  no texto de Luís Fabiano, Portal: O Fio da Navalha.

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    Abaixo fotos exclusivas do filme:

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  • Fio da Poesia – Daniel Moreira

    Fio da Poesia – Daniel Moreira

    [vc_row][vc_column width=”1/1″][vc_column_text]O Fio da Poesia segue, queremos dentro de um projeto muito tranquilo, divulgar os nossos poetas. Hoje trazemos mais um poeta que fez de Pelotas sua residência, construiu sua vida e família por aqui, com grande alegria trazemos Daniel Moreira.

    Daniel é  escritor e poeta, também faz parte do Grupo Mandinga Arte e Literatura, grupo formado por poetas, ativistas culturais, músicos e artistas visuais, cujo fito é mostrar e divulgar a arte e literatura.

    Com vocês Daniel Moreira:

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/1″][vc_video title=”Daniel Moreira – Rebenque” link=”https://vimeo.com/140010705″][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/1″][vc_images_carousel images=”10707,10706,10705″ onclick=”link_image” custom_links_target=”_self” mode=”horizontal” speed=”5000″ slides_per_view=”1″ autoplay=”yes” hide_pagination_control=”yes”][/vc_column][/vc_row]

  • Fio da Poesia – Alvaro Barcellos

    Fio da Poesia – Alvaro Barcellos

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    O FIO DA POESIA – POETAS PELOTENSES

    Diga que é possível

    Ainda que os ventos rufem em velas negras

    Com abraços tingidos de lágrimas

    Embalados em flores de esperança em um deserto

    Saltando em emoções que fervem a alma

    O Poeta Pelotense abre o verbo…

    Agora diga para mim

    Sussurrando ao espirito…

    Poetas Pelotenses

    Este é o espaço voltado para os poetas pelotenses, Fio da Navalha fará uma corrente invisível com elos tecidos de poesia que jamais aprisionam, antes sim libertam. Poetas Pelotenses recitando suas poesias.

    Sejam todos Bem-vindos ao Fio da Poesia

    E iniciamos o projeto da melhor forma possível, trazendo o poeta Álvaro Barcellos e seu Entre as Feras.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_video link=”https://vimeo.com/137438372″ title=”Alvaro Barcellos – Entre as Feras”][/vc_column][/vc_row]

  • Sonia

    Sonia

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    Sônia

    Poucas são assim…
    Ela chega em casa
    Cansada, mas feliz
    O dia foi generoso
    Sol, promoção e amor

    Sônia feliz demais
    Sônia transbordante
    Sônia pluma

    Tudo lhe parece sorrir
    O guarda roupa em ordem
    Talheres nos lugares
    Toalha branca e limpa…
    A noite cai
    Fechar cortinas
    Trancar portas, se fechar
    Então servir um copo de vinho
    Senta-se e respira fundo
    A felicidade não esta completa

    Sônia sozinha
    Sônia televisão
    Sônia e uma ausência
    Sim…

    Tudo busca um complemento
    Mãos, outras mãos…
    As estrelas, olhos que as observem
    O colo, que você se aproxime
    Mas não há nada disso…
    Nem filhos
    Nem um cão
    Ou flores

    Sônia melancólica
    Sônia noite
    Sônia e os porquês…

    Consola-se entre um gole e outro
    -Sônia… Não se pode ter tudo.
    O sorriso do dia
    Da lugar ao orvalho de sua noite
    Sônia deita nos travesseiros macios
    Quer sonhar com o dia
    E por um breve instante
    Trocaria tudo aquilo
    Se alguém estivesse ali…
    Você esta aí ?

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  • Roberta

    Roberta

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    Roberta, Roberta

    Você esta aí?

    Silencio…

    Ela queria responder mas não podia…

    Asfixia e medo…

    Roberta brinca de viver

    Roberta brinca de morrer

    Roberta muda

    Então ela adormeceu por alguns dias

    E foi como a vida se perdendo em grãos

    Gritos não ouvidos

    Vozes indo e vindo

    E uma oração constante…como um laço de dor estendido ao céu…

    Aqueles foram dias difíceis

    Repletos de duvidas

    E por algum momento, desejou não estar ali…

    Desejou não ter agido estranhamente

    Desejou que a poeira do caminho ficasse para trás…

    Lamentos tantos

    Mas nas manhãs sublimes que a vida oferece

    De dia a dia sem esperança

    Roberta acorda

    Roberta se sente viva

    Roberta levanta-se bem devagar…

    Foi como renascer

    Rosas tenras embalando-se ao sol

    Frágil e feliz

    Caricias do vento feito de promessas

    O trágico fez o seu milagre

    E como um traço de sorriso

    Ela quis viver, viver e viver

    O mais intensamente possível…

    Roberta plana

    Roberta outra Roberta

    Roberta em nossas vidas

    A janela do quarto se abre

    A luz adentra rasgando as sombras

    Ela abraça o amanhã com serenidade.

    Este poema faz parte de uma sequencia que estou fazendo com nomes femininos, cujo objetivo final é um livro, talvez o seu nome hoje não está aqui...mas estará.
    
    Luís Fabiano

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]