Categoria: Textos

  • O fio da Literatura | Simone de Beauvoir | O Segundo Sexo

    O fio da Literatura | Simone de Beauvoir | O Segundo Sexo

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]

    As mulheres de nossos dias estão prestes a destruir o mito do “eterno feminino”:a donzela ingênua, a virgem profissional, a mulher que valoriza o preço do coquetismo, a caçadora de maridos, a mãe absorvente, a fragilidade erguida como escudo contra a agressão masculina.
    Elas começam a afirmar sua independência ante o homem; não
    sem dificuldades e angústias porque, educadas por mulheres num gineceu socialmente admitido, seu destino normal seria o casamento que as transformaria em objeto da supremacia masculina.
    Neste volume complementar de O SEGUNDO SEXO, Simone de Beauvoir, constatando a realidade ainda imediata do prestígio viril, estuda cuidadosamente o destino tradicional da mulher, as circunstâncias do aprendizado de sua condição feminina, o estreito universo em que está encerrada e as evasões que, dentro dele, lhe são permitidas. Somente depois de feito o balanço dessa pesada herança do passado, poderá a mulher forjar um outro futuro,
    uma outra sociedade em que o ganha-pão, a segurança econômica, o prestígio ou desprestígio social nada tenham a ver com o comércio sexual.
    É a proposta de uma libertação necessária não só para a mulher como para o homem. Porque este, por uma verdadeira dialética de senhor e servo, é corroído pela preocupação de se mostrar macho, importante, superior, desperdiça tempo e forcas para temer e seduzir as mulheres, obstinando- se nas mistificações destinadas a manter a mulher acorrentada.
    Os dois sexos são vítimas ao mesmo tempo do outro e de si. Perpetuar-se-á o inglório duelo em que se empenham enquanto homens e mulheres não se reconhecerem como semelhantes, enquanto persistir o mito do “eterno feminino”. Libertada a mulher, libertar-se-á também o homem da opressão que para ela forjou; e entre dois adversários enfrentando- se em sua pura liberdade, fácil se
    MULHERES de hoje estão destronando o mito da feminilidade; começam a afirmar concretamente sua independência; mas não é sem dificuldade que conseguem viver integralmente sua condição de ser humano. Educadas por mulheres, no seio de um mundo feminino, seu destino normal é o casamento que ainda as
    subordina praticamente ao homem; o prestígio viril está longe de se ter apagado: assenta ainda em sólidas bases econômicas e sociais.
    É, pois, necessário estudar com cuidado o destino tradicional da mulher. Como a mulher faz o aprendizado de sua condição, como a sente, em que universo se acha encerrada, que evasões lhe são permitidas, eis o que procurarei descrever. Só então poderemos compreender que problemas se apresentam às mulheres que, herdeiras de um pesado passado, se esforçam por forjar um futuro novo.
    Quando emprego as palavras “mulher” ou “feminino” não me refiro evidentemente a nenhum arquétipo, a nenhuma
    essência imutável; apôs a maior parte de minhas afirmações cabe subentender: “no estado atual da educação e dos costumes”.
    Não se trata aqui de enunciar verdades eternas, mas de descrever o fundo comum sobre o qual se desenvolve toda a existência feminina singular.
    Simone de Beauvoir O Segundo Sexo – Experiência Vivida

    .[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

  • Pérola do dia | Bezerra da Silva

    Pérola do dia | Bezerra da Silva

    [vc_row][vc_column][vc_single_image image=”21195″ img_size=”1280×720″ title=”Pérola do dia | Bezerra da Silva”][/vc_column][/vc_row]

  • O Fio da Poesia | Paula Taitelbaum

    O Fio da Poesia | Paula Taitelbaum

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]

    Seria bom
    Ser as vezes fóssil
    Totalmente dócil
    Inteiramente fácil
    Seria bom
    Não ser nada culta
    E nem tão adulta
    Enquanto solta
    Seria bom
    Ser bem desatenta
    Para encher de vento
    Tanto pensamento
    Seria bom
    Fosse pouco tempo.

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

  • Navalhadas Curtas  | Vai um Álcool aí?

    Navalhadas Curtas | Vai um Álcool aí?

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]

    Com toda certeza toda a prevenção possível a nós mortais neste período é bem-vindo nos agarramos ao que sobrou de uma prevenção talvez possível.
    Estamos em um caos, mas tentando manter uma certa calma, nutrindo alguma esperança e a espera de uma solução que não está em nossas mãos.
    Fui na farmácia aquela tem praticamente uma em cada esquina. Cravo meu olhar em uma moça que com toda certeza estava com problemas, de que natureza eu não sei.
    Estava aguardando seu atendimento dentro do distanciamento em uma fila eu logo atrás dela. Então ela tira o álcool em gel da bolsa e começa a passar nas mãos.
    Certíssimo é isso mesmo.
    Ela guarda o álcool e seguimos aguardando o atendimento. Então um minuto depois de ter higienizado as mãos com álcool ela abre a bolsa retira o álcool novamente e faz uma nova higienização das mãos.
    É creio que tá certo, talvez não tenha ficado tão limpo da primeira vez né?
    Então ela é atendida e antes de chegar próxima ao balcão de atendimento ela saca o álcool em gel e limpa as mãos para falar com o atendente.
    Pensei comigo…epa?!
    Ela pede uma boa lista de remédios o atendente começa a colocar os mesmo sobre o balcão conferindo as receitas.
    Neste tempo ela tirou o álcool em gel sete vezes (eu contei)em menos de 3 minutos.
    Pensei a despesa de álcool é grande.
    Então finalmente ela paga com o cartão e claro passa álcool nele também e pergunta para o atendente se ele queria usar o álcool o a que ele agradece.
    Naturalmente todos já haviam notado a situação mas vivemos tempos “corretos” ficou todo mundo quietinho apenas pensando que patologia existia ali?
    Não nos interessa. Ela se foi e fui atendido rapidamente.
    O atendente apenas comentou: a moça usa bastante álcool né!
    Concordei com um aceno de pescoço.
    Peguei meus remédios e isso seria o final simples, de minha irônica narrativa.
    Porem a realidade sempre supera a ficção.
    Sempre.
    A porta da farmácia se abre eletronicamente e saio o que vejo?
    A moça compulsiva do álcool em gel agora sem máscara e conversando bem de perto com uma amiga que também estava sem máscara com direito a abraços, beijos e caricias?
    É os seres humanos são um caso a ser estudado.
    Fio da Navalha.

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

  • O Fio da Literatura | Benito Di Paula

    O Fio da Literatura | Benito Di Paula

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]

    O Fio da Literatura | Benito Di Paula
    O recurso da linguagem da fresta – aquela de que malandramente se vários artistas como Chico Buarque e Gonzaguinha para burlar o cerco da censura = também foi utilizada naquela época pelo cantor e compositor Uday Vellozo, o sambista cigano que ficaria mais conhecido com o nome artístico de Benito di Paula. Autor de retalho de cetim, Charlie Brown e vários outros sucessos populares, este ícone do chamado sambão-jóia também teve a sua carreira musica marcada por ato de repressão política – e como veremos, não apenas da ditatura militar do Brasil.
    Depois de um fracassado compacto com boleros nos anos 60 e de uma longa trajetória como cantos da noite, em março de 1971 Benito di Paula conseguiu finalmente gravar o seu primeiro LP. Mas assim que foi lançado o disco teve quer recolhido das lojas.
    Motivo: na faixa de abertura ele interpreta o samba Apesar de Você, de Chico Buarque. Era uma das primeiras regravações deste samba, que ainda não estava proibido quando Benito o gravou” Mas quando o a música de chico foi cassada o meu disco foi junto também.
    Naquela época não se podia tirar musica de um disco. Hoje em dia aquando há algum problema, você tira a música e coloca uma outra ou não coloca nada.
    A inclusão de Aprese de Você neste primeiro LP de Benito di Paula se deu porque a gravadora Copacabana queria aproveita a experiência do artista como cantor da noite. Decidiu-se então pela regravação de algumas músicas que estavam fazendo sucesso naquela temporada: Jesus Cristo ( Roberto e Erasmo), Na Tonga do KabuletÊ(Toquinho e Vinicius) Madalena (Ivan Lins) Azul da cor do Mar (Tim Maia) – mas ninguém na gravadora poderia imagina que uma dessas regravações, o samba Apesar de Você fosse causada o estrago que causou.
    Num primeiro momento não era obvio para todo mundo que a mensagem de Chico Buarque era endereçada ao presidente Médici. A própria censura só foi perceber isso meses depois do lançamento, quando o compacto de Apesar de Você já tocava na radio e havia vendido cerca de 100 mil copias.

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

  • Pérola dia Dia  |  Nelson Rodrigues

    Pérola dia Dia | Nelson Rodrigues

    [vc_row][vc_column][vc_single_image image=”21133″ img_size=”1280×720″ title=”Pérola dia Dia | Nelson Rodrigues”][/vc_column][/vc_row]

  • Navalhadas Curtas: Bengala, Bengala, Bengala

    Navalhadas Curtas: Bengala, Bengala, Bengala

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]

    Navalhadas Curtas: Bengala, Bengala, Bengala
    Ruas flácidas da nossa cidade em dias de pausa, entre feriados que quase não se diferenciam em pandemia.
    Tudo piora é o que vemos e ouvimos…mas a maioria de nós continua os mesmos.
    Mesclam-se domingos, feriados e datas outras em silencio de uma promessa na ponta de uma agulha futura ?
    Seremos quase absolvidos e imunizados.
    Como retratista observo pessoas, as coisas a vida com uma câmera nas mãos.
    De longe uma senhora na calçada anda normalmente sem esforço aparente, fiquei atento ao detalhe da bengala em sua mão não tocar o chão jamais.
    Ela segurava a bengala no alto e andando sem problemas ou entraves.
    Talvez para atravessar a rua alguma dificuldade?
    Mas não. Talvez para um apoio furtuito? Mas não.
    Ela ergueu ainda mais a bengala para atravessar a rua rapidamente e estava no outro lado da rua segura.
    Estou em off só observo seus passos agora a mais de uma quadra e aquela bengala erguida seguia. Talvez muitos de nós sejamos assim, carregamos coisas que na verdade não precisamos.
    Ela dobra a esquina e some da minha vista, mas não do meu pensar. Vez por outra as pessoas nos atravessam.
    Fio da Navalha.

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]