Tag: Cidade

  • Navalhadas Curtas: Salvação hipotética

    Navalhadas Curtas: Salvação hipotética

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    Fui na padaria buscar uns pãezinhos para o café. Pão novinho é bom, cheiro de pão, já estava salivando e imaginando na manteiga se desmanchando na superfície do pão.
    Comer é bom e isso ninguém deve negar. Os pecados capitais em sua maioria são ótimos…é que o pessoal exagera na quantidade.
    Entro na fila do caixa, duas senhoras a minha frente conversam escandalosamente em um comportamento descuidado, usando aquela máscara “de” pescoço e falando da vida alheia enquanto a saliva voava para todos os lados.
    Quando me liguei da situação dei dois passos atrás…senti cheiro do negacionismo. Gente perigosa.
    Então quando a senhora mais agitada deu-se conta que me recuei ela virou-se para mim: O senhor fique tranquilo, eu não tenho COVID não!
    Respirei profundamente: Sim senhora eu sei…mas distanciamento é uma regra…
    Ela fica irritada, faz um muxoxo* e vocifera: Senhor fique bem tranquilo eu estou com Jesus no coração e quem tem Jesus não pega Covid! Entendeu? Jesus me protege de tudo!
    Negacionista com fanatismo religioso. Coquetel perfeito para meu silencio ensurdecedor.
    Que poderia dizer que não fosse perda de tempo?
    Fiz meu sorriso amarelo através da máscara e felizmente a fila andou rápido.
    Ela foi atendida e foi embora levando “Jesus” e o rancor em alguma parte do corpo.
    Existem vírus que ainda não inventaram a vacina.
    *Estalo que se dá com a língua e os lábios, à semelhança de um beijo, para mostrar desdém ou pouco caso em relação a pessoa ou coisa.
    Fio da Navalha.

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  • Pelotas Por Aí  |  Uma Certa Lagoa

    Pelotas Por Aí | Uma Certa Lagoa

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  • O Fio da Literatura |  Wanderley Alves dos Reis | O Wando |e a Ditadura

    O Fio da Literatura | Wanderley Alves dos Reis | O Wando |e a Ditadura

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    “Mas qual a lembrança que o cantor teria dos fatos políticos do ano de 1968, quando era apenas um feirante em Volta Redonda?” Eu não tinha nenhuma noção do que estava acontecendo, até porque naquela época as informações eram mínimas (Estamos falando de Wanderley Alves dos Reis – O Wando).
    A passeata dos Cem Mil, por exemplo era algo totalmente distante de mim. Hoje tenho consciência de que eu morava num barril de pólvora. Me lembro que eu via aqueles soldados e tanques de guerra atravessando as ruas da cidade e tinha muito medo daquilo. Era um negocio que a gente não entendia direito, mas intimidava muito”.
    Com a decretação do Ato Institucional n 5 em dezembro de 1968 a chamada linha dura das forças armadas se consolidava no poder, institucionalizado o Estado Ditatorial implantando em 1964. O regime militar utilizou o AI-5 para levar as ultimas consequências o seu modelo político-econômico, baseado no trinômio: segurança-integração- desenvolvimento e apoiado no grande capital privado e estatal, no aprofundamento da exploração do trabalho, na cassação das liberdades civis e numa rígida censura.
    Mas o pretexto de que se valeu o presidente Costa e Silva para editar o AI-5 foi o que ficou conhecido como o “Caso Márcio Moreira Alves”.
    Na manhã do dia 3 de setembro de 1968, o jovem deputado federal do MDB da Guanabara subiu a tribuna da Câmara para protestar contra a ocupação militar da Universidade de Brasília – fato ocorrido quatro dias antes e que resultou em tiros, espancamentos e prisões de vários estudantes. Refletindo a indignação de diversos setores da sociedade, em que seu discurso, que durou menos de 10 minutos, Marcio Moreira Alves propôs, como forma de protesto, que a partir daquele momento deveria cessar no “Brasil todo e qualquer contato entre civis e militares”. Ele conclamava os pais a proibir seus filhos de participar dos desfiles escolares do 7 de setembro sob o argumento de os estudantes não deveriam sair as ruas ao lado de carrascos que os espancam e os metralham. Mas o orador foi ainda um pouco mais ousado e defendeu que este boicote poderia alcançar também o leito conjugal, sugerindo ás mulheres dos militares mirarem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas que, segundo o texto de Aristófanes, rejeitaram seus maridos para força-los a terminar a guerra contra Esparta.
    E Márcio Moreira Alves acrescentava que esta proposta de greve de sexo deveria ser estendida “as moças, ás namoradas, aquelas dançavam com os cadetes e frequentavam os jovens oficiais. Nos quarteis foi pedida a cabeça de Márcio Moreira Alves…
    O momento do Anuncio do AI-5, feito pelo ministro da Justiça Gama e Silva através de uma cadeia de rádio e televisão, foi vivenciado de forma marcante por diversos artistas da MPB. Chico Buarque, por exemplo, recorda que naquela noite estava em sua casa vendo TV ao lado do ator Hugo Caravana que, quando ministro terminou de anunciar o novo ato institucional, Caravana virou-se para ele e exclamou: Estamos todos fudidos .
    O compositor Geraldo Azevedo, por sua vez afirma que naquele dia ele e o percussionista do show “Pra não dizer que não falei de flores” no Planalto Central.
    Foi uma loucura. Vandré ficou louco não sabia o que fazer e o de ele ser preso nos fez cancelar o espetáculo programado para o Iate Clube em Brasília, tomamos o caminho Rio, Vandré, com pose de Che Guevara parecia alucinado, e Nana Vasconcelos as vezes perdia a paciência e dizia” vou dar umas porradas neste cara”.
    E onde estariam os cantores “cafonas” naquela noite de sexta-feira, 13 de dezembro de 1968?

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  • Pelotas Tatooada

    Pelotas Tatooada

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    Local: R.Benjamin Constant n1314.
    Artistas: Veiz – Reis

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  • Navalhadas Curtas: Só um pouco de sexo!

    Navalhadas Curtas: Só um pouco de sexo!

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    A vida é feita de clichês inesperados e muitas vezes mal acabados. Com um pouco de inteligência a consegue rir ou ficamos presos na dimensão das magoas e derrotas.
    Fui ao borracheiro, um pneu maldito insistindo em esvaziar sempre e sempre. Nada demais, pregos parafusos e grampos fazendo seu trabalho.
    Então um outro cliente chega, um senhor por volta dos seus 50 e poucos anos. Mascara e distanciamento ficamos conversando coisas sem importância para lograr o tempo é isso que se faz.
    Borracheiro muito solicito, aliás indico o serviço excelente profissional.
    Então como o clichê que a vida propõe, passa na calçada uma mulher linda que faz parte do seleto tipo padrão ideal físico de mulher que o senso comum adota como ideal: magra, seios fartos, coxas longas, bunda grande, lábios carnudos e longos cabelos até o meio das costas.
    Interrompemos o tema e todos olhamos para ela, realmente bonita.
    Mas eu imaginei que ficaria nisso nenhum comentário e seguiríamos falando banalidades então o outro cliente incontido dispara olhando para mim e o borracheiro com olha satírico: aquilo dali é só filé hein…sem gordura só queria 2 minutos com ela !
    Comecei a rir pelo absurdo contido em uma frase tão curta com uma narrativa confessional de incapacidade sexual, porque 2 minutos né?
    Ironizei – dois minutos tenho “certeza” que ela ficaria super feliz contigo?!
    O borracheiro esperto sorriu entendeu tudo e saiu de perto da conversa. O cliente fico em um silencio ruidoso talvez pensando no que disse e agora me encarava cara feia.
    O borracheiro me chama: seu Luís agora vai parar de vazar.
    Que beleza, vou nessa, o cliente precoce ainda estava bravo que se pode fazer né?
    Eu tenho outros problemas para resolver e com certeza não seria em dois minutos.
    Fio da Navalha.

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  • Pelotas Tatuada – Spray’sons Graffiti  ( Parte 2)

    Pelotas Tatuada – Spray’sons Graffiti ( Parte 2)

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    Evento de 2020
    O apagar das luzes de 2020 trouxe arte e beleza.
    O Spraysons é um evento que envolve grafiteiros e outros artistas
    interessados em espalhar sua arte pelas ruas.
    Idealizado pelo artista pelotense Bero Moraes,
    Nossa premissa é bem simples, assim como a mensagem que queremos transmitir: a de um mundo mais colorido e livre para os artistas de rua espalharem sua arte pela paisagem urbana.
    Texto da Pagina ( Spray’sons Graffiti )

    .[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_gallery interval=”3″ images=”20938,20939,20940,20941,20942,20943,20944,20945,20946,20947″ img_size=”1280×720″ title=”Pelotas Tatuada – Spray’sons Graffiti ( Parte 2)”][/vc_column][/vc_row]

  • O Fio da Literatura | Eu não Sou Cachorro Não.

    O Fio da Literatura | Eu não Sou Cachorro Não.

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    Sucesso de norte a sul do pais , patrimônio afetivo de grandes contingentes das camadas populares, esta vertente da nossa canção romântica tem sido sistematicamente esquecida pela historiografia da musica popular brasileira.
    Nas publicações referentes a década de 70, de maneira geral são focalizados nomes como Chico Buarque, Elis Regina, Gilberto Gil, Milton Nascimento, e discos como “Sinal Fechado”, “Falso Brilhante” e “Clube da Esquina”, todos sem duvida representativos , mas que na época eram consumidos por um segmento da sociedade bem restrito de público, localizada na classe média-alta. O que a maioria da população brasileira ouvia eram outras vozes e outros discos.
    A palavra “brega”, usada para definir esta vertente da canção popular, ´só começou a ser utilizada no inicio dos anos 80. Ao longo da década d 70 – período que compreende o universo desta pesquisa – a expressão utilizada é ainda cafona, palavra de origem italiana, cafóne, que significa individuo humilde, vilão, tolo.
    Divulgada no Brasil pelo jornalista e compositor Carlos Imperial, a expressão cafona subsiste hoje como sinônimo de brega, que segundo a Enciclopédia da Musica Brasileira, é um termo utilizada para designar “coisa barata, descuidada e malfeita, que não foge ao uso sem criatividade de clichês musicais e literários.
    Ressalto que sempre eu fizer referencia ao repertorio “cafona” – a palavra aparecerá entre aspas porque contem um juízo de valor impregnado de preconceitos com os quais não compartilho – estarei me referindo aquela vertente da musica popular brasileira consumida pelo publico de baixa renda, pouca escolaridade e habitante dos cortiços urbanos, dos barracos de morro e das casas mais simples dos subúrbios de capitais e das cidades do interior.
    Como definiu o jornalista Dirceu Soares, “subúrbio é um lugar que fica entre a cidade e o campo. Ali mora um tipo de gente que ainda não se sofisticou, mas que também já não é mais matuta. E é esta mistura de culturas que vive a maior parte da população brasileira

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