Tag: Cultura

  • Fio da Literatura – Animal Tropical

    Fio da Literatura – Animal Tropical

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]“Subo as escadas pouco a pouco. Estou morto de tanto rum. Aí caramba, agora me lembro, que não comi nada!

    No sétimo andar, bato na porta de Glória. Várias vezes, por fim ouço alguém vindo e perguntando:” Quem é?” .”Pedro Juan”.
    Abrem a porta.
    É a mãe de Glória.

    Pergunto:” E Gloria?”.

    A velha bloqueia a porta e me diz, hesitante, um pouco nervosa.
    -Ela não sabia que você vinha hoje…são três da manhã.
    -E daí? -Bom, é que…
    -Me deixe passar.
    -Não, é que…
    -Me deixe passar. Ela está com alguém no quarto.
    -Fale baixo que vai acordá-la. E você sabe como ela é.
    -Não falo baixo porra nenhuma! Me deixe passar.

    Nesse atropelo, Gloria sai do quarto, meio dormindo:

    -Que zona é essa?
    -Zona porra nenhuma. É sua mãe que não me deixa passar.
    Atrás de Gloria sai um homem do quarto. De cueca. Quando o vejo me gela o sangue. É branco, de baixa estatura, e peludo como um urso. Deve ter a minha idade. Talvez um pouco mais.
    Fico sem saber o que dizer. Paralisado. É como se todo o prédio caísse em cima da minha cabeça. Dou meia volta e continuo subindo a estada até a cobertura.

    A porta se fecha atrás de mim. Me sinto o sujeito mais cachorro e humilhado do mundo. Abro a porta com os olhos rasos água.

    Quem é idiota a ponto de se apaixonar por uma puta?
    Um homem de minha idade tem de agir com mais prudência. Pensar um pouco mais. Quando porra vou aprender a não me apaixonar? Me joguei na cama sem tirar os sapatos, repetindo para mim mesmo:” É preciso manter a distância, Pedro Juan, é preciso manter a distância.”

    Animal Tropical – Pedro Juan Gutierrez.

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  • Pelotas Tatuada-Casa da Argolo

    Pelotas Tatuada-Casa da Argolo

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]Pelotas Tatuada – Casa da Argolo

    Local: R Gen Argolo prox nº560[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_gallery interval=”3″ images=”20139,20140,20141,20142,20143″ img_size=”1280×720″ title=”Pelotas Tatuada-Casa da Argolo”][/vc_column][/vc_row]

  • Primeira Exposição de Músicos em Pelotas | Guido CNR

    Primeira Exposição de Músicos em Pelotas | Guido CNR

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]Primeira Exposição de Músicos em Pelotas – Guido CNR

    Foto – Luis Gonçalves

    Neste mês vamos ir postando um pouco da nossa Primeira Exposição de Músicos em Pelotas.

    A Exposição aconteceu em 2016 em três locais da cidade: Museu do Doce, CDD do Dunas e a Guabiroba.

    Vamos ir postando um a um destes Músicos que participaram de nossa Primeira Exposição.

    Uma das vozes mais contundentes do RAP em Pelotas:

    Guido CNR

    Guido CNR iniciou sua Carreira como músico no ano de 1997, dando início ao Grupo Banca CNR (Consciência Negra Rappers).

    Em seus 16 anos no Rap, Guido CNR lançou 4 cds com o Grupo; sendo eles: (Sabedoria de vida); (Seja Bem Vindo); (A banca), “ganhador do prêmio Lança de Ouro”, como melhor grupo do interior; (Cnr a evolução) e EP (Rap, Mulheres e Drinks).Em 2013, Guido CNR lança seu primeiro trabalho solo com o disco (Fúria).

    Suas letras relatam um pouco da sua história, entre o cotidiano em seu ponto de vista, com revoltas e reivindicações pelo descaso do governo, a violência extrema nas periferias e outros.

    Após lançar o EP Loucos viciados e revolucionários também lançou o disco #G2_cnr

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  • Pelotas Por Aí – Pescaria no Quadrado

    Pelotas Por Aí – Pescaria no Quadrado

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]Pelotas Por Aí – Pescaria no Quadrado

    Porto – Pelotas .[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_single_image image=”20131″ img_size=”1280 x 720″ alignment=”center” title=”Pelotas Por Aí – Pescaria no Quadrado”][/vc_column][/vc_row]

  • Precisão | Valder Valeirão & Cardo Peixoto

    Precisão | Valder Valeirão & Cardo Peixoto

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]Muitas pessoas dizem que tenho facilidade com as palavras, que sou poeta, que sei me expressar… e eu até acredito que poderia escrever algo bonito e significativo sobre esse trabalho, talvez por passar a vida ouvindo música, talvez por trazer um pouco de poesia no olhar, talvez por amar profundamente essas duas expressões da alma humana… mas verdadeiramente não tenho palavras para expressar o que sinto e convido a todos que gostam de música e poesia a escutar o EP precisão, idealizado, gravado, produzido e generosamente dividido comigo pelo Cardo Peixoto.

    Gracias infinitas meu querido, por tudo, desde sempre e pra sempre!

    só clicar no link abaixo e curtir!

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  • Pelotas Tatuada – Respeita as Mina

    Pelotas Tatuada – Respeita as Mina

    [vc_row][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_message]Pelotas Tatuada – Respeita as Mina.[/vc_message][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_gallery interval=”3″ images=”20117,20118,20116″ img_size=”1280 x 720″ title=”Pelotas Tatuada – Respeita as Mina”][/vc_column][/vc_row]

  • O Fio da Literatura: Pedro Juan Gutierrez

    O Fio da Literatura: Pedro Juan Gutierrez

    [vc_row][vc_column][vc_column_text]O Fio da Literatura: Pedro Juan Gutierrez

    “Ai, sim fiquei sozinho.
    O ar ao meu redor ficou mais leve.

    Para mim era trabalho aceitar a solidão. Era difícil aprender a me auto abastecer. Eu continuava achando que era impossível. Ou que era desumano.

    “O homem é um ser social”, tinham me repetido muitas vezes. Isso, mas o calor do trópico, o sangue latino, minha mestiçagem fabulosa, tudo conspira ao meu redor, como uma rede, me incapacitando para a solidão.

    Esse era o meu problema e o meu desafio: aprender a viver e a desfrutar dentro de mim. E a questão não é simples: hindus, Chineses, japoneses todos os que tem culturas milenares dedicaram boa parte do seu tempo a desenvolver filosofias e técnicas de vida interior. Mesmo assim, todos anos se suicidam no mundo uns tantos milhares de pessoas esmagadas por sua própria solidão. E não é que o sujeito escolha ficar sozinho. É que, pouco a pouco, vai-se ficando sozinho. E não há remédio. É preciso resistir.

    Chega-se a uma imensa planície deserta e não se sabe que porra fazer. Muitas vezes se pensa que o melhor é não pensar muito em si mesmo e na maldita solidão, que fica aguda quando se esta isolado e em silencio.

    Bom, pois é preciso entrar em ação. E a gente sai por aí. Em busca de um amigo, ou de uma mulher que nos de um pouco de sexo. Não sei. Alguém, para não ficar sozinho, porque já se sabe que quando se está assim o rum deprimem mais ainda. Um pouco de sexo talvez. E senão, pelo menos um amigo.

    Fiquei pensando nisso tudo me pus de pé de um salto e ri. Gostosamente. Um bom sorriso, desnecessário e absurdo, é um tônico. Sempre dá resultado comigo. E se consigo aguentar uns minutos e rir por dentro e por fora, melhor ainda. Vou, pensei.
    E fui procurar um amigo”.

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]