Tag: Escritor

  • Navalhadas Curtas: Falta de “Focus”? Machos em trânsito.

    Navalhadas Curtas: Falta de “Focus”? Machos em trânsito.

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    Cedo da manhã para meus padrões, ruas de Pelotas mais tranquilas porem nem tanto. São agora 7:33.
    Estou diminuindo a velocidade para parar no sinal que fechou. Então vindo do nada um cidadão em velocidade alterada, dobra a minha frente em plena Avenida Bento me cortando a frente de forma perigosa, imprudente e ousada.
    Naturalmente o carro dele teve parar no sinal que estava vermelho, no entanto ele ficou atravessado lateralmente na minha frente, onde podíamos nos ver quase frontalmente.
    Respirei profundamente, queria que meu dia permanecesse bem tranquilo, ainda mais que eu estava transportando minha mãe. Dentro do carro meu vizinho indigesto, uma senhora e uma criança no banco detrás.
    Pensei comigo: deve ser algo urgente para tomar tal atitude a essa hora. Eu as vezes acredito na boa vontade humana. Tenho acreditado menos.
    Percebo que o cidadão estava me encarando de dentro do carro. Numa colocação como se eu estivesse errado. Sorri para deixar para lá uma situação fútil.
    Então o machão fez cara de macho, ficou balançando a cabeça como que diz e aí ? Que que foi? Qual que é?
    Minha tranquilidade começava a escapar pelos dedos.
    Percebi que a mulher dizia algo para ele deixar para lá… mas nada disso era suficiente. Ele me encarava naqueles breves segundos da sinaleira fechada.
    Olhei para o outro lado.
    Tenho paciência considerável com quase tudo. Então finalmente sinal fica verde. E o cidadão fica apontando o dedo pra mim… como que me prometendo algo.
    Nesta altura me questionei mentalmente se eu estava errado, mas não eu não estava.
    Outros motoristas começam a buzinar e ele ainda parado me apontava o dedo em riste, não resisti a provocação e atirei um irônico beijo para ele. Então, ele arranca rápido e some nas imediações da Barroso.
    Fui arrancando devagar pois eu precisava chegar ao meu destino. Minha mãe me pergunta se tava tudo bem: claro mãe.
    Fio da Navalha.

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  • O Fio da Literatura – Mandrake

    O Fio da Literatura – Mandrake

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    “ Vivo dependurado no telefone, acho que isso acontece com todos os profissionais liberais. Liguei para Silvia. Contei a ela as conversas que tivera, com Gagliardi e com Raul. Silvia, a situação é Gagliardi é ainda mais complicada do que parece.
    Vamos em frente?
    Vamos em frente, ela respondeu.
    Depois que desliguei o telefone fiquei pensando em Silvia, no que ela me disse, que estava saindo com um cara, mas sem muito entusiasmo. Não será esse comportamento feminino uma forma de reação contra a opressão sexual sofrida historicamente pelas mulheres? -Vocês são assim? nós também podemos ser.
    Dizem que com a minha mania de defender as mulheres eu fico tão apaixonado que meto os pés pelas mãos.
    No século XIX os homens começaram a perceber que as mulheres iam se torna um problema difícil, estavam surgindo os primeiros movimentos feministas, as mulheres querendo votar, ainda não estavam querendo a liberdade para foder, mas os homens sabiam que depois do direito de votar, elas iriam ,cedo ou tarde, exigir o direito de gozar quando sentissem vontade e da maneira que quisesse, como algumas mulheres nas grandes metrópoles estão fazendo, e também nos seriado da televisão.
    Mas isso ainda ocorre apenas com a minoria das mulheres, cuja a vida na grande cidade as ajudou a se libertarem, mas não como deviam, deixando de ser objetos sexuais dos machos, porque mesmo para essas mulheres chega um momento, talvez quando os seios e a bunda começam a cair, quando não conseguem mais pegar homem em bares e o uso dos mais sofisticados vibradores e a masturbação não soluciona a sua solidão, mesmo essas mulheres liberadas, quando chega esse instante inexorável querem um(a) parceiro(a) no fundo isso é uma confissão de derrota.
    Isso vai acontecer com Silvia?
    Rubem Fonseca.
    Mandrake A Bíblia e a Bengala.

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  • Navalhadas Curtas: Vai uma bolachinha de chocolate?

    Navalhadas Curtas: Vai uma bolachinha de chocolate?

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    Minhas saídas a rua resumem-se em buscar comida e trabalhar. Nada mais.
    Somos os novos prisioneiros de um carcereiro vírus. Em nome da saúde é claro, quem disse que ser prisioneiro não é te torna nobre?
    Máscara e álcool em gel e estou indo em direção ao super. Tento ser breve, a convivência mínima, rápida para tudo dar certo, naturalmente sem garantias.
    Saindo do super, um casal bem-apessoado, vestiam abrigos coloridos azul e rosa( ? ) faziam sua caminhada com certeza.
    Estavam parados a porta olhando para dentro do super com um olhar analista ou aguardando algo.
    Uma menina de 3 ou 4 anos aos pés com braços estendidos para o alto: mãeee, mãnheeeee… vamos comprar aquela bolachinha que eu gosto? De chocolatiiii?
    O homem algo raivoso prontamente fala a mulher:Viu? Não te falei…tu que ensina essas merdas pra ela olha aí? A mulher faz uma cara transtornada e diz a criança: a mamãe não trouxe dinheiro filhinha!
    A criança retruca: e o cartão? O pai: eu to falando…quero saber e agora? Que tu vai fazer?E agora hein?
    Isso não é um grande problema penso eu. Mas tornou-se.
    A criança joga-se ao chão agora chorando. O pai segue: é essa a educação que tu estas dando pra ela?
    E para minha surpresa ele seguiu caminhando a frente depois disso deixando mulher e criança no chão.
    A mãe com uma paciência pega a criança no colo que ainda chorava em lagrimas e segue atrás do pai…dizendo: mas amor…amorrr…amorrr… tu precisas te acalmar…
    Seja como for para mim aquilo parecia mais a ponta de iceberg. Que tempos estranhos.
    Fio da Navalha.

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  • Pérola do Dia | Miles Davis

    Pérola do Dia | Miles Davis

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  • O Fio da Literatura – Animal Tropical

    O Fio da Literatura – Animal Tropical

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    O panorama do bairro as sete da manhã é muito tranquilo. O Chino, com sua cara de ressaca e fome perante, bate suas botas duras, tesas, para soltar as crostas de cimento. Três ou quatro sujeitos manipulam uns paus e pregos: escoram aquele edifício que evacuaram semana atrás. Dizem que querem consertá-lo.
    Duvido, me parece estragado demais. Yiye levanta cedo: tem um táxi na frente do quarto. Ela entrega um pacotinho ao motorista. Erva ou pó. O sujeito parte depressa e some pelo Malecón. As duas putas da esquina volta da noite. Uma negra e uma morena mais clara. Muito jovens, de olheiras, fumando sem parar, com uns vestidos acetinados, largos brilhantes, sapatos cinzentos de salto alto.
    Levam alguma coisa na sacola plástica: presentes dos estrangeiros. Um negro tira água do poço que há no meio da rua. Novo a água desapareceu das tubulação. Faz seis dias que não chega nem uma gota no bairro. Os policiais nas esquinas. Um sujeito com um triciclo cheio de flores. Outro pedala lentamente a sua bicicleta. Um varredor esfarrapado, velho, sujo muito desnutrido pela vida, varre a água podre de uma poça e espalha para que seque ao sol. Os esgotos estão entupidos. Aquilo fede, mas o varredor não reclama, enfiado na água, e brinca sem pressa, como um menino. Essa é a impressão que dá: está brincando com aquela merda, enfiando na poça, varrendo devagar, encharcando os pés com água podre e fétida. O mar encrespado. A última frente fria deste inverno lançando vento e salitre sobre a cidade. As ondas rebentam contra o muro do Malecón, forman uma espuma branca e encharcam a rua e os edifícios. Amanhece. A cidade se ilumina pouco a pouco.
    Quase todos ainda estão dormindo. H apouco movimento. O bairro desperto. Ninguém trabalha. Ou poucos trabalham. Muito poucos. Portanto não há pressa. As pessoas acordam e se põem em ação pausadamente. Por volta das dez da manhã haverá um pouco de movimento. Por ora, está tudo tranquilo.
    Pedro Juan.

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  • Navalhadas Curtas: Pseudo-Atropelamento Reverso

    Navalhadas Curtas: Pseudo-Atropelamento Reverso

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    Me considero um motorista razoável.
    Tento andar dentro das leis, minha natureza é lenta, ando devagar sempre. Na real sou um apreciador da paisagem urbana.
    Não corro.
    Ligo o carro, sintonizo a RadioCom, e vou escorregando suave nas ruas molhadas pela chuva, ta certo as vezes não tão suaves ruas assim !
    Estou indo pelo Juscelino pela direita, então uma senhora vê o carro se aproximando, estou a 47 km, então ela me olha nos átimos de segundos que sugerem o curso, o carro aproxima-se dela, ela ainda está parada aguardando.
    Não havia faixa de segurança no local( a faixa estava a 50 metros a frente) então ela faz o impensável a razão, se atravessa na frente do carro, me forçando uma parada brusca com direito a borracha queimada e carro meio atravessado na rua para que o pior não acontecesse.
    Deu certo, não vinha ninguém atrás de mim e a senhora ficou intacta sem danos.
    Ela seguiu atravessando a rua, como seu nada tivesse acontecido, como nada nesta vida existisse.
    Respiro fundo e de certa forma queria entender o porquê?
    Não tive chance.
    Então ela depois que atravessou, olhou para trás viu o carro ainda meio atravessado, mas ela apenas virou o rosto e seguiu seu caminho em paz.
    Fio da Navalha.

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  • Pérola do dia: Nelson Rodrigues

    Pérola do dia: Nelson Rodrigues

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