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Tag: Escritor
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O Fio da Literatura | Rubem Fonseca
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“…pouco depois, Luma abriu a porta da minha sala para dar passagem a visitante.Era uma mulher jovem, esguia, vestida com elegante discrição, parecia ter saído de um conto de fadas com seu rosto inocente, sua tez clara e os cabelos de um castanho-claro.A visão de uma mulher bonita é sempre uma espécie de epifania, o aparecimento de uma divindade, e o sentimento que nos domina, não fosse presidido por Eros, seria parecido com aquele a musica desperta em nós.Não tenho vergonha da minha libido, e a energia fisiológica e psíquica associada a toda atividade humana construtiva; ela se opõe a Tanatos, o instinto de morte, fonte de todos os impulsos destrutivos.Sei que para o muitos esse raciocínio é mais literário do que cientifico, e pode parecer que estou usando Freud para fazer minhas racionalizações.O que posso responder?Obra: Mandrake a Bíblia e a Bengala[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]
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Pérola do Dia – Mestre Bukowski
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Pérola do Dia: Rogério Peres
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Navalhadas Curtas – Pandêmicos Vícios
[vc_row][vc_column][vc_column_text]Navalhadas Curtas – Pandêmicos Vícios
Entro no elevador é muito cedo da manhã. Pela manhã o humor as vezes é variável, mas estava tudo bem na minha confortável máscara.
Desço um andar, o elevador para e entra um conhecido senhor do prédio. Ele é excessivamente simpático mesmo atrás da máscara. Sempre quer falar algo, sempre.
O elevador é uma viagem bem curta. Bom dia, boa tarde boa e noite ta bom né? É educado e econômico e quase simpático.
A porta ainda esta meio aberta ele começa falar:
-Este elevador tá com um cheiro maravilhoso de álcool né, que coisa bem boa…Ele fica me olhando, aceno positivamente com a cabeça. Ele segue, agora abaixando máscara dentro do elevador para “sentir” melhor o cheiro de álcool:
-Hummmm que coisa boa, álcool pela manhã…isso me lembra quando eu bebia bastante que saudade, que saudade da bebida!
O senhor bebe me pergunta:
-Sim.O elevador chega ao térreo, eu saio e o senhor permaneceu la curtindo seu momento nostálgico de uma embriaguez virtual em gel.
Fio da Navalha.
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Navalhadas Curtas – Infectando-se de Amor
[vc_row][vc_column][vc_column_text]A emoção e a sensibilidade tocante nos encontra onde menos se espera.
Fui buscar comida no horário de meio dia, nestes dias de pandemia forte na cidade.Estou paramentado de máscara, álcool, medo e os cambau. Fila respeitando distanciamento social.
Dentro da lei.Então o casal jovem chega à fila, percebe-se que o amor ali ainda tenro como uma flor orvalhada.
Eles conversam baixinho entre suas máscaras da mesma cor, a fila não anda, eles trocam carinhos e gestos sensíveis e o romance está irresistivelmente no ar.Sou um expectador entre outros 13.
Então eles não se resistem naquele frenesi de momento: começam a se beijar sem tirar as mascaras, com línguas encarceradas umedecendo as proteções pandêmicas.A fila anda, estou com fome e era a minha vez.
Narrei este fato ontem para o Tio Fabio enquanto ele fumava seu cigarro de palha, ele apenas disse:
-Não há tempo para o amor meu filho.Fio da Navalha.
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Fio da Literatura – Animal Tropical
[vc_row][vc_column][vc_column_text]“Subo as escadas pouco a pouco. Estou morto de tanto rum. Aí caramba, agora me lembro, que não comi nada!
No sétimo andar, bato na porta de Glória. Várias vezes, por fim ouço alguém vindo e perguntando:” Quem é?” .”Pedro Juan”.
Abrem a porta.
É a mãe de Glória.Pergunto:” E Gloria?”.
A velha bloqueia a porta e me diz, hesitante, um pouco nervosa.
-Ela não sabia que você vinha hoje…são três da manhã.
-E daí? -Bom, é que…
-Me deixe passar.
-Não, é que…
-Me deixe passar. Ela está com alguém no quarto.
-Fale baixo que vai acordá-la. E você sabe como ela é.
-Não falo baixo porra nenhuma! Me deixe passar.Nesse atropelo, Gloria sai do quarto, meio dormindo:
-Que zona é essa?
-Zona porra nenhuma. É sua mãe que não me deixa passar.
Atrás de Gloria sai um homem do quarto. De cueca. Quando o vejo me gela o sangue. É branco, de baixa estatura, e peludo como um urso. Deve ter a minha idade. Talvez um pouco mais.
Fico sem saber o que dizer. Paralisado. É como se todo o prédio caísse em cima da minha cabeça. Dou meia volta e continuo subindo a estada até a cobertura.A porta se fecha atrás de mim. Me sinto o sujeito mais cachorro e humilhado do mundo. Abro a porta com os olhos rasos água.
Quem é idiota a ponto de se apaixonar por uma puta?
Um homem de minha idade tem de agir com mais prudência. Pensar um pouco mais. Quando porra vou aprender a não me apaixonar? Me joguei na cama sem tirar os sapatos, repetindo para mim mesmo:” É preciso manter a distância, Pedro Juan, é preciso manter a distância.”Animal Tropical – Pedro Juan Gutierrez.
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