Tag: Poema

  • Portas de Pedra

    Portas de Pedra

    [vc_row][vc_column width=”1/1″][vc_column_text css_animation=”appear”]

    PORTAS DE PEDRA

    Local Rua General Teles n 163

    Olhos de cimento
    Ligas de lembranças
    Chaves de tijolos
    Passado de feito brisa, arrastando a memória e tempo
    Recendendo os idos
    Decantando os vindos
    Embebidos de esperanças
    Lá…
    Longe…
    Virá?
    Não sei, poucas são as certezas.

    Portas de Pedra
    Fazendo do abandono arte.

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/1″][vc_images_carousel images=”10242,10243,10244,10245,10246,10247,10248,10249″ onclick=”link_image” custom_links_target=”_self” mode=”horizontal” speed=”5000″ slides_per_view=”1″ hide_pagination_control=”yes” hide_prev_next_buttons=”yes”][/vc_column][/vc_row]

  • Roberta

    Roberta

    [vc_row][vc_column width=”1/1″][vc_column_text css_animation=”appear”]

    Roberta, Roberta

    Você esta aí?

    Silencio…

    Ela queria responder mas não podia…

    Asfixia e medo…

    Roberta brinca de viver

    Roberta brinca de morrer

    Roberta muda

    Então ela adormeceu por alguns dias

    E foi como a vida se perdendo em grãos

    Gritos não ouvidos

    Vozes indo e vindo

    E uma oração constante…como um laço de dor estendido ao céu…

    Aqueles foram dias difíceis

    Repletos de duvidas

    E por algum momento, desejou não estar ali…

    Desejou não ter agido estranhamente

    Desejou que a poeira do caminho ficasse para trás…

    Lamentos tantos

    Mas nas manhãs sublimes que a vida oferece

    De dia a dia sem esperança

    Roberta acorda

    Roberta se sente viva

    Roberta levanta-se bem devagar…

    Foi como renascer

    Rosas tenras embalando-se ao sol

    Frágil e feliz

    Caricias do vento feito de promessas

    O trágico fez o seu milagre

    E como um traço de sorriso

    Ela quis viver, viver e viver

    O mais intensamente possível…

    Roberta plana

    Roberta outra Roberta

    Roberta em nossas vidas

    A janela do quarto se abre

    A luz adentra rasgando as sombras

    Ela abraça o amanhã com serenidade.

    Este poema faz parte de uma sequencia que estou fazendo com nomes femininos, cujo objetivo final é um livro, talvez o seu nome hoje não está aqui...mas estará.
    
    Luís Fabiano

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

  • Rogério Skylab – Janelas

    Rogério Skylab – Janelas

    [vc_row][vc_column width=”1/1″][vc_column_text css_animation=”appear”]

    Houve um tempo que das janelas

    Se viam os campos, o mar ao longe.

    Olhavam-se os telhados das casas.

    Avistava-se o vizinho defronte.

    Surgiram depois outras janelas.

    A televisão ligada.

    A janela de um ônibus correndo,

    De um carro numa estrada erma.

    Me lembro da janela do colégio

    Aberta e o professor desaparecendo…

    Do Micro diante do meu filho.

    Janelas de todos os feitios.

    Como setas que nos enviam pra longe.

    Para um mundo sem fim nem começo.

    Autor:Rogério Skylab
    Da obra: Debaixo das Rodas de um Automóvel

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

  • Náufragos urbanos – Martin César

    Náufragos urbanos – Martin César

    [vc_row][vc_column width=”1/1″][vc_column_text css_animation=”appear”]

    Nós somos náufragos urbanos
    Somos a parte dessa arte
    Que ficou fora dos planos
    Nós na verdade sempre estamos
    Fora das leis de mercado
    Longe dos padrões mundanos

    Mas quanto vale a poesia?
    E, afinal, quem pagaria
    Por uma canção urgente…
    Que seja como a juventude
    Quando surge a inquietude
    De um caminho diferente?

    Nós somos náufragos urbanos
    Somos o avesso, o pé esquerdo
    O desespero dos tiranos
    Nós na verdade sempre estamos
    A nadar contra a corrente
    E nem à força nos calamos

    Mas quanto vale a poesia?…

    Nós somos, sim, o passo errado
    O descompasso, a imprecisão
    A perdição dos bem criados
    Mas mesmo assim, o engraçado
    É que pensamos que ser livre
    Não nos parece ser pecado

    Martin César

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

  • NAUFRAGOS URBANOS – Martin César-Ro Bjerk-Ricardo Fragoso

    NAUFRAGOS URBANOS – Martin César-Ro Bjerk-Ricardo Fragoso

    [vc_row][vc_column width=”1/1″][vc_column_text css_animation=”appear”]Fio da Navalha Arte & Comunicação hoje tem a honra de postar o Cd NÁUFRAGOS URBANOS -Cartas de Marear – o mais recente trabalho deste trio feito de puro talento, poesia e sensibilidade.

    Martin César, Ro Bjerk e Ricardo Fragoso .

    O trabalho foi lançado recentemente no dia 26 de Junho no Bourbon Country. 

    Curtam cada canção, são poesias,melodias musica para a alma.

     [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/1″][vc_message color=”alert-success” style=”square” css_animation=”top-to-bottom”]Clique no Link abaixo para ouvir o Cd Naufragos Urbanos

    https://www.ofiodanavalha.com.br/playlist/naufragos-urbanos/

    [/vc_message][/vc_column][/vc_row]

  • Reinaldo Arenas – Aquela criança de sempre

    Reinaldo Arenas – Aquela criança de sempre

    [vc_row][vc_column width=”1/1″][vc_column_text css_animation=”bottom-to-top”]

    Sou esse menino desagradável,
    sem dúvida inoportuno,
    de cara redonda e suja,
    que fica nos faróis,
    onde as grandes damas tão bem iluminadas,
    ou onde as meninas que parecem levitar,
    projetam o insulto de suas caras redondas e sujas.

    Sou uma criança solitária,
    que o insulta como uma criança solitária,
    e o avisa:
    se por hipocrisia você tocar na minha cabeça,
    aproveitarei a chance para roubar-lhe a carteira.

    Sou aquela criança de sempre,
    que provoca terror,
    por iminente lepra,
    iminentes pulgas, ofensas,
    demônios e crime iminente.

    Sou aquela criança repugnante,
    que improvisa uma cama de papelão
    E espera, na certeza,
    que você me acompanhará.

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

  • Os Amantes – Julio Cortázar

    Os Amantes – Julio Cortázar

    [vc_row][vc_column width=”1/1″][vc_column_text css_animation=”right-to-left”]

    Quem os vê andar pela cidade,

    Se todos estão cegos

    Eles se dão as mãos

    E algo falam entre seus dedos

    Línguas doce

    Lambem úmida palma

    Correm pelas falanges

    E acima esta a noite

    Cheia de olhos

    São os amantes

    Sua ilha flutua a deriva

    Rumo a mortes de relva

    Rumo a portos

    Que se abrem entre lençóis

    Tudo se desordena

    Através deles

    Tudo encontra

    Sua cifra escamoteada

    Mas eles

    Nem sequer sabem

    Que, enquanto rolam

    Na sua amarga areia

    Há uma pausa

    Na obra do nada

    O tigre é

    Um jardim que brinca

    Amanhecem

    Os caminhões de lixo

    Os cegos começam a sair

    O ministério

    Abre suas portas

    Os amantes, exaustos

    Se olham e se tocam

    Mais uma vez

    Antes de cheirar o dia

    Já estão vestidos,

    Já vão para a rua

    E é só então,

    Quando estão mortos

    Quando estão vestidos,

    Que a cidade

    Os recupera, hipócrita

    E lhes impõe

    Suas obrigações cotidianas

    Julio Cortázar

    [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]