Tag: Realismo

  • O Fio da Literatura  |  Eu não Sou Cachorro Não !

    O Fio da Literatura | Eu não Sou Cachorro Não !

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    “ Havia três pessoas em minha cidade cuja lembrança eu trago até hoje comigo. Eu cresci observando aquelas pessoas. Não sabia por que, mas sempre que eu cruzava com uma delas na rua , eu parava e ficava olhando. Eram três pessoas conhecidas por todos da cidade: Lilita, Cafezinho e o poeta Alberto David.
    Lilita era uma velha senhora solteira que morava nunca casa simples próxima á zona do meretrício. Ela nunca sorria e tinha uma outra característica muito singular: andava sempre com todo o corpo coberto de panos, um por cima do outro. Tal qual as mulheres muçulmanas, Lilica se cobria dos pés á cabeça. De Lilita, ninguém da rua jamais viu os cabelos ou as pernas. Apenas uma parte de seu rosto ficava a mostra.
    Sobre todas as peças de roupas, Lilita ainda colocava cobertores de lã. Fazia sol ou chuva, frio ou calor, e lá vinha ela toda coberta de panos andando pela cidade. Os meninos da rua atiravam-lhe pedras e chamavam de louca louca…
    Cafezinho era o mendigo mais conhecido da cidade. Vagava sempre sozinho pelas ruas com um velho caneco na mão pedindo café. Da sua boca ouve-se apenas uma palavras, um quase murmúrio: café, café, café…Sujo descalço , rasgado, barbado e banguelo, a imagem de Cafezinho se prestava para que as mãe ameaçassem chama-lo quando uma criança não queria se alimentar ou tomar remédio. Mas quando alguém esquecia a porta da casa aberta, as vezes se surpreendia mesmo com Cafezinho em um canto da sala, de caneco na mão, pedindo café. Era uma figura soturna e silenciosa.
    Alberto David era um jovem poeta da cidade. Na minha lembrança a sua figura se parece com a imagem que nos temos de Jesus Cristo :alto e magro, de face fina, cabelos longos e barba. Era um rapaz de semblante muito triste que procurava expressar em palavras o que muitos sentiam sem conseguir fazer. Por vezes caçoado, humilhado e ofendido, andava sempre sozinho e cabisbaixo, recitando poemas pelas ruas da cidade.

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  • O Fio da Literatura | Mário Bortolotto | Bagana na Chuva.

    O Fio da Literatura | Mário Bortolotto | Bagana na Chuva.

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    ” Nada mais é permitido.
    Vivemos a era do nada é mais permitido.
    Engraçada e triste essa era. Não se pode entrar nos lugares tomando cerveja, não se pode fumar em determinados lugares. Eu não fumo, mas acho uma imbecilidade atroz esse negócio de leis anti-fumo.
    Não se pode encostar na escada, não se pode andar sem crachá. Não pode mijar de porta aberta em um bar onde nenhuma garota tem coragem de entrar.
    Não dá pra estacionar o carro sem um imbecil de um flanelinha venha encher o saco. Nada é permitido. Devemos sair na rua perguntando afinal o que pode fazer antes que um segurança brutamontes resolva nos encher o saco. Antes que um panaca com o QI risível resolva exercer sua autoridade. Como ele deve ser sentir bem com esse poder que ele tem fazer cumprir a lei.
    Odeio seguranças. Já fui expulso de tantos lugares que perdi a conta. Houveram vezes mais amenas, como na noite que estava quase comendo um linda garota, e o segurança até que legal… nos convidou para sair e lá fora pediu desculpas. Eu não reagi. Naquela noite eu estava particularmente feliz.
    As pessoas não enlouquece.
    Vivem no seu mundinho politicamente correto julgando aqueles que saem da linha, dos que não aceitam dançar qualquer som abjeto.
    É um mundo besta pra caralho esse que a gente vive”.

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  • Navalhadas Curtas: Igual a antes, mas é diferente

    Navalhadas Curtas: Igual a antes, mas é diferente

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    Estamos todos vivendo dias fantasticamente terríveis. Obrigados a evitar outros humanos ao menos presencialmente.
    Uma relação virtual é sempre virtual, existe a limitação da velocidade da internet de cada humano.
    E calor só sente bem de perto.
    Sentia fome e precisava comprar pão. Gosto de pão.
    Muito calmamente andando a pé nestes dias ensolarados me dirigi padaria.
    Não é a mesma de outro momento. É esta é outra, agora na avenida Domingos de almeida.
    Entro no local, realizo minhas compras e me dirijo ao caixa. Uma atendente por volta dos seus 40 anos, me atende sorridente – custou 22,50.
    Abro a carteira e tenho uma única nota de 50 pila. Entrego as mãos dela.
    Então percebo que está fazendo um ritual de verificação de autenticidade da nota: ela passa uma caneta, ela então fica raspando com a unha para ver se a tinta iria sair, ela levanta a nota diante de uma luz e olha se está ali a presença da marca d’água, por fim ela volta a caneta tornando a reexaminar.
    O processo demorou uns 30 segundos.
    Por fim de terminado o ritual, ela me olha nos olhos e sorri com aprovação mexendo o queixo afirmativamente.
    A fila atrás de mim aguarda.
    Então a sorridente moça me da o troco. Confiro e enquanto ela a começa a atender o próximo: Deu 12 reais.
    Ele tem nas mãos uma nota de 100 reais.
    Entendeu? Cem reais.
    Estou juntando minhas compras e fiquei esperando pra ver o que iria acontecer com uma nota de 100 reais.
    Para minha surpresa, a nota foi bem recebida, nem sequer foi olhada, ela foi direto para a gaveta do troco.
    Então eu fiquei olhando para atendente, que ficou olhando para o cara dos 100 pila que por sua vez estava me olhando. Eu era o diferente.
    Me senti em um episódio da série Atlanta.
    Lembrei disso e sorri.
    Acho que eles não entenderam coisa alguma.
    Estava com fome ao que parecia os pães estavam ótimos, o café seria muito bom.
    ps : Para quem tiver interesse a serie é Atlanta ( Netflix ) a segunda temporada e o episodio 3.

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  • Fio da Navalha Dica de Filme | Valdick Soriano, Sempre no Meu Coração

    Fio da Navalha Dica de Filme | Valdick Soriano, Sempre no Meu Coração

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    Sinopse:
    Saindo de Caitité, no sertão baiano, Waldick Soriano encarou uma dura trajetória de vida até o estrelato. Lavrador, garimpeiro e engraxate que só estudou até o quarto ano primário, seu talento musical é descoberto em São Paulo, onde ele grava seu primeiro disco.
    Aí inicia-se sua transformação num ídolo popular, que, nos anos 60 e 70, tem suas músicas românticas sempre nas paradas de sucesso e na boca do povo, ainda que a elite intelectual prefira tachá-lo como brega.
    Autor de mais de 700 canções, Waldick assina uma obra que se confunde com a própria vida. Apesar da fama, em sua história pessoal não faltam decepções amorosas, o distanciamento do filho e a solidão
    É uma pérola do musica brega ao lado de uma linda historia.
    Filme completo no link Abaixo:

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  • A Pelotas Caridosa  |  Poemas Lidos de Lobo | 2020

    A Pelotas Caridosa | Poemas Lidos de Lobo | 2020

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    Fio da Navalha Arte & Comunicação apresenta:
    A Pelotas Caridosa | Poemas Lidos de Lobo | 2020
    Pelotas século do IX ao XXI
    Uma face da cidade oculta nos becos , bares e boêmia . Lugares férteis ou matéria prima para um dos maiores escritores da jovem Princesa do Sul .
    Um poeta que muitos aceitavam suas palavras articuladas numa sofisticada composição !
    Um Francisco esquecido . Um Lobo da Costa eternizado no patrimônio artístico e cultural Pelotense.
    Texto – Carla Ávila.
    – Este filme foi gravado obedecendo todos os protocolos de segurança, distanciamento e prevenção da COVID-19 no Set de Gravação.
    Título | A Pelotas Caridosa | Poemas Lidos de Lobo da Costa
    O presente projeto é fruto do edital l Nº 01/2020 Universidade Feevale / SEDAC RS Financiamento de Projetos Culturais Digitais FAC DIGITAL RS #culturaessencial, #facdigitalrs, #feevale e #feevaletechpark #lobodacosta #poesiaslobodacosta #franciscolobodacosta #rs #pelotas
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  • Pelotas Tatuada | Tá e ai  ?

    Pelotas Tatuada | Tá e ai ?

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    Pelotas Tatuada | Tá e ai ?
    Local : Rua Antônio dos Anjos n 1018.

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  • Dica de Filme  | Rafiki |  2019

    Dica de Filme | Rafiki | 2019

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    Sinopse:
    Boas meninas quenianas se tornam boas esposas quenianas”, mas Kena (Samantha Mugatsia) e Ziki (Sheila Munyiva) anseiam por algo mais.
    Apesar da rivalidade política entre suas famílias, as garotas resistem e continuam sendo amigas próximas, apoiando-se mutuamente para perseguir seus sonhos em uma sociedade conservadora.
    Quando o amor florescer entre elas, as duas meninas serão forçadas a escolher entre felicidade e segurança.
    Baseado no conto “Jambula Tree”, de Monica Arac de Nyeko.

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